O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pediu nesta quinta-feira que a Grécia apresente resultados econômicos sólidos a seus credores para poder continuar na zona do euro. Dentre as medidas solicitadas que ainda não foram aplicadas, estão a redução do deficit orçamentário e reformas estruturais.
"A Grécia pertence à família europeia e à zona do euro e queremos que isso continue. Por isso, a palavra-chave é resultados, resultados, resultados", afirmou Barroso.
O país se comprometeu com os credores do último resgate -a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI (Fundo Monetário Internacional)- a aplicar medidas de austeridade para conseguir diminuir o deficit orçamentário e a dívida pública, que é de cerca de 180% do PIB.
Atenas conseguiu a aprovação dos europeus para a operação em fevereiro, mas, desde então, ainda não conseguiu aprovar e aplicar os cortes necessários para continuar a receber os valores. Parte da culpa é da incerteza política no país, que levou à realização de duas eleições parlamentares em um período de um mês.
No entanto, a Comissão Europeia não pretende tolerar mais atrasos. "A palavra chave é cumprir. O principal assunto é aplicar. Para manter a confiança devem terminar os atrasos. As palavras não são suficientes, os atos são mais importantes", disse Barroso.
Apesar das críticas, o presidente da Comissão se mostrou compreensivo com o mal estar social causado pelas medidas de austeridade, mas disse que as consequências podem ser piores caso não sejam aplicadas.
As afirmações foram feitas após reunião com o ministro das Finanças grego, Iannis Stounaras, e com o primeiro-ministro Antonis Samaras, em que Atenas apresentou as medidas à missão de credores, também conhecida como troika.
Dentre os pontos destacados, está a economia de 11,5 bilhões de euros dos gastos públicos para os Orçamentos de 2013 e 2014. O país precisa da próxima parcela do resgate, de 31 bilhões de euros, para evitar uma moratória, mas a liberação depende do informativo da situação grega, que será entregue pela troika em agosto.
Defesa do euro
Mais cedo, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, disse que a instituição está disposta a tomar todas as medidas necessárias para preservar o euro. "O BCE está disposto a fazer todo o necessário para preservar o euro. E acreditem em mim, será suficiente".
O presidente da instituição com sede em Frankfurt, a qual muitos países pedem medidas para enfrentar a crise da zona do euro, destacou os progressos "extraordinários" dos últimos seis meses em termos de reformas estruturais.
Draghi considera, no entanto, que o BCE não pode atuar no lugar dos Estados e disse que a zona do euro dispõe de instrumentos para atenuar a crise, como os fundos de resgate.