O Comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, se mostrou cauteloso, nesta segunda-feira, sobre as possibilidades da retomada das negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), que deve acontecer, no mais tardar, em março de 2007.

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— No melhor cenário, retomaremos as negociações em março — disse Mandelson após reunir-se com dirigentes da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O Comissário de Comércio da UE se reuniu com o patronato mais influente do país após participar como convidado de uma reunião de alto Nível do Grupo dos 20 (G-20), realizada no último fim de semana no Rio de Janeiro.

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Também assistiram à reunião o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy; a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, e o ministro da Agricultura do Japão, Shoichi Nakagawa.

O mês de março de 2007 foi proposto no encontro como prazo máximo para a retomada das negociações da Rodada de Doha para a liberalização do comércio mundial, que estão paralisadas desde julho passado.

— Ainda não encontramos o caminho que nos permita sair do 'impasse' de julho" — acrescentou o comissário europeu em referência às diferenças sobre subsídios à agricultura nos países ricos, que mantêm bloqueadas as negociações de Doha.

Mandelson reiterou que a UE mantém sobre a mesa suas propostas e disse que espera "uma maior flexibilização" das outras partes, especialmente dos Estados Unidos.

Além disso, o comissário europeu defendeu a necessidade de avançar em um amplo acordo de cooperação entre a UE e o Mercosul, bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e ao qual a Venezuela acaba de se juntar.

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Segundo Mandelson, é preciso "reforçar a interação" entre a UE e os países do Mercosul, que definiu como "amigos e sócios", e disse que isso "pode contribuir para um mundo mais igualitário e multipolar".