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Como a Positivo se preparou para a crise dos PCs e voltou a lucrar em 2016

Positivo reverteu um prejuízo de R$ 79,9 milhões em 2015 ao lucrar R$ 8,8 milhões  no ano passado | Positivo/Divulgação
Positivo reverteu um prejuízo de R$ 79,9 milhões em 2015 ao lucrar R$ 8,8 milhões no ano passado (Foto: Positivo/Divulgação)

Para enfrentar a crise do mercado de computadores - que teve em 2016 o pior resultado dos últimos treze anos, com queda de 31,7% nas vendas -, a Positivo Informática diversificou seus negócios e focou em parcerias internacionais. A empresa paranaense apostou na venda de celulares para o mercado interno e celebrou contratos de comercialização de PCs e tablets para Argentina, Chile, Uruguai e Quênia. Com isso, reverteu um prejuízo de R$ 79,9 milhões ao lucrar R$ 8,8 milhões no ano passado e está cada vez menos dependente das vendas de computadores e tablets para os setores governamental e corporativo.

Desde que os smartphones ficaram mais acessíveis à população, a venda de computadores (desktops e notebooks) e tablets no país caiu. O número de computadores comercializados passou de 15,4 milhões em 2011 para 4,5 milhões em 2016, uma queda de 70%. Já os tablets tiveram em 2016 o segundo ano consecutivo de queda. As vendas dos aparelhos caíram 32% ao passar de 5,8 milhões de dispositivos para 4 milhões.

O cenário é reflexo de dois principais fatores. O primeiro seria a mudança de hábito do consumidor, que trocou o computador e o tablet pela facilidade do smartphone. O segundo motivo seria a recessão econômica brasileira, que derrubou a venda do setor de varejo como um todo.

A Positivo, se antecipando a esses fatores, diversificou seus negócios para diminuir sua dependência dos computadores e tablets. A principal estratégia adotada foi o foco no segmento de celular, principalmente a partir do fim de 2014 e depois com a entrada da Quantum no portfólio da marca.

Os celulares foram responsáveis por 32% das receita líquida da companhia no ano passado. A empresa também aumentou a sua participação de mercado (market share) de 2,3% para 4,8%, com 2,3 milhões de unidades vendidas. A venda de celular é, basicamente, restrita ao varejo.

A marca Quantum é o principal chamariz da companhia para a área de celulares. Somente no quarto trimestre de 2016, os produtos da marca foram responsáveis por 43% da receita de celulares, que foi de R$ 149 milhões no período. A marca foi fundada em 2015 pelos empresários Marcelo Reis, Vinícius Grein e Thiago Miashir e adquirida pela Positivo no mesmo ano.

“Eu acredito que nós executamos muito bem a estratégia de diversificação de PCs para celulares antevendo essa grande queda no mercado de computadores. A diversificação é fator chave para a companhia. A gente está tentando crescer muito em celular e pesquisando outros negócios a serem feitos para compensar esse mercado menor de computador”, afirmou Hélio Rotenberg, presidente do Grupo Positivo, em teleconferência realizada a investidores.

O vice-presidente executivo da Positivo, Carlos Augusto Moreira, em entrevista à Gazeta do Povo, confirmou que o foco da companhia é diversificar as suas fontes de receita e que, pelo ritmo de vendas e tamanho de mercado, os celulares podem ganhar o posto de carro-chefe da companhia em breve. “Em termos numéricos isso pode acontecer, porque o mercado de celulares é três vezes maior do que o de PCs e o nosso market share [de celular] é de apenas 4,8%.”

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