De 2002 a setembro de 2018, o número de investidores no Brasil saltou de 85,2 mil para 740,5 mil, conforme dados da B3. Entre 2017 e 2018, houve aumento de quase 20% no total de pessoas físicas operando investimentos no país. Ao todo, os investidores somam um total de R$ 183,3 bilhões em suas carteiras.
Há um consenso entre especialistas de que o investidor, independentemente do capital disponível, deve diversificar os seus ativos dentro das várias opções disponíveis em renda fixa (CDBs, Tesouro Direto, Poupança, LCA, LCI, entre outros) e renda variável (caso das ações, por exemplo). Mas como gerenciar os recursos se o patrimônio está distribuído em vários locais?
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5 dicas para a gestão do investimentos
Essa necessidade de alternar investimentos se torna ainda maior para o perfil de investidor médio, que está acima dos R$ 250 mil assegurados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Pelas regras, esses recursos dependem de um CPF, CNPJ ou instituição — ou seja, obriga o investidor a trabalhar com mais de uma corretora ou banco para ter a segurança de seus recursos.
No mercado, existem 77 corretoras autorizadas a atuar no Brasil, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com essa concorrência, o investidor encontra ofertas de contas grátis (sem taxa de manutenção), pagando apenas pelas movimentações, o que facilita não só a diversificação de investimentos, como de instituições financeiras.
Segundo o professor do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae) Luiz Thomaz, há uma tendência global de saída dos investidores dos bancos tradicionais para as corretoras. “Em outros países, a maioria das pessoas já está nas fintechs e corretoras. Nesse caso, é importante para os investidores pesquisar as oportunidades pelas corretoras, especialmente as com corretagens menores, mas sempre respeitando os limites do FGC”, orienta.
Como gerenciar vários investimentos?
Não há um único caminho adequado para isso, visto que as pessoas preferem coordenar seus investimentos de formas distintas. Para o doutor em Economia, professor da Universidade Positivo e sócio da Valuup Consultoria, a planilha está saindo de moda em função do lançamento de aplicativos de celular, que concentram os ativos em um só local.
“As corretoras contam com aplicativos próprios, que estão na nuvem. Lá, é possível visualizar valorização de cotas, prazos de resgate, entre outros pontos. Tudo está no aplicativo, com informações na hora no momento de programar os investimentos”, afirma Dezordi. “A planilha, de repente, pode ser usada para compilar, pensar em fluxos, fazer projeções. Mas o controle do dia a dia, o ideal seria no celular”, acrescenta.
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Na avaliação de Thomaz, a planilha ainda é o caminho mais recomendado, especialmente para comparar os rendimentos. “Assim como um trader trabalha com um diário de todos os trades, o investidor pode ter um diário de todas as aplicações, o que teve de rendimento, o que pagou de imposto de renda, controlando tanto a renda fixa como a variável em sua própria planilha”, diz o professor do Isae.
5 aplicativos, disponíveis em Android e iOS, para monitora a carteira de investimentos, mesmo que as aplicações estejam em instituições diferentes:
Real Valor
O aplicativo permite ao investidor importar automaticamente investimentos de todas as corretoras, mostrando o patrimônio como um todo. Também oferece a comparação de seus ativos com os índices médios do mercado.
Kinvo
O Kinvo também autoriza o investidor a cadastrar todos os seus investimentos, independentemente do banco ou da corretora. Entre as suas funcionalidades, destacam-se a possibilidade de projetar a carteira e de ter a rentabilidade real (descontada a inflação).
Yubb
Trata-se de um buscador de investimento. Basta ao investidor definir quanto tem de recursos disponíveis e qual o prazo para receber uma carteira de opções para aplicar os seus ativos.
Trademap
Apresenta análise de fundos e indicadores e da bolsa de valores com dados em tempo real. Também permite incluir os seus ativos para análise e comparação com as principais carteiras de investimento.
Investing
Mescla a possibilidade de gerenciar diversos ativos (independentemente da corretora ou banco), com a personalização de alertas das últimas notícias e do calendário econômico, com a atualização das informações em tempo real. Um dos diferenciais é o fato de permitir o acompanhamento do rendimento de criptomoedas.
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Confira 5 dicas de gestão para o investidor:
1. Tenha tempo (ou crie o seu tempo)
Avaliar opções, comparar investimentos, acompanhar o mercado de ações... Para ser investidor, especialmente na renda variável, é preciso tempo. As decisões precisam estar embasadas, o que demanda momentos para realizar as pesquisas necessárias antes de tomar decisões. “Por menor que seja o capital, o investidor precisa gerenciar a sua carteira com tempo”, diz Dezordi.
2. Não esqueça a renda variável
Em tempos de incertezas políticas e econômicas, a renda variável é ainda mais perigosa do que a fixa — e, ao mesmo tempo, pode trazer mais recompensa. Por isso, vale separar uma parte do capital, no máximo 30%, para esse tipo de investimento. “O que se ganha com a renda variável deve retornar para a renda fixa”, orienta Thomaz.
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3. Pesquise as corretoras
Não se baseie apenas nos bancos tradicionais. As possibilidades de corretoras são cada vez maiores, oferecendo investimentos diversificados, com remuneração mais atraente e taxas de corretagem menores. Parte dessas corretoras também não cobra mensalidade, sendo remunerada pelas transações.
4. Respeite o FGC
O Fundo Garantidor de Crédito deve estar sempre na mira dos investidores. Algumas corretoras oferecem títulos de instituições menos conhecidas, mas é importante sempre ter ciência se há o seguro oferecido pelo FGC. Caso o investidor tenha ultrapassado o limite de R$ 250 mil, recomenda-se diversificar o investimento entre instituições.
5. Compare os rendimentos líquidos
No caso da renda fixa, os investimentos têm regras diversas: podem ter taxa de administração, cobrar ou ser isento de Imposto de Renda, entre outras variáveis. Nesse caso, é importante que o investidor compare os rendimentos líquidos e não os brutos, de modo que possa ter uma comparação fidedigna de ativos distintos.
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