O técnico em Tecnologia da Informação Sílvio Mendonça é um exemplo de como o marketing pessoal pode ajudar a impulsionar uma carreira. Depois de trabalhar 11anos como consultor técnico, Mendonça percebeu que se quisesse assumir um cargo de chefia teria de desenvolver outras habilidades. "Eu precisava saber lidar melhor com as pessoas. Estava acostumado a trabalhar mais com máquinas e menos com gente. Além disso, quem trabalha em TI tende a ser centralizador", diz. Foi então que o profissional procurou um executive coaching que o ajudou a desenvolver qualidades que ela julgava não ter. "Descobri novas habilidades. E nesse processo foi importante a ajuda de alguém de fora, que não me conhecesse e nem tivesse contato com a empresa." Além do desenvolvimento pessoal, Mendonça também procurou cursos de gestão que o ajudaram a exercer o novo cargo.
Hoje o executivo não precisa mais do auxílio do coaching, mas transformou o que aprendeu em um processo contínuo. "Procuro perceber as minhas ações que deram certo e as que não deram o resultado esperado. Anoto, penso e tento mudar de atitude", diz. "Outra coisa que funciona bem é observar a conduta de colegas, e até de concorrentes, e tentar tirar boas lições", completa.
Há sete anos, Mendonça é diretor do departamento de TI da GVT, empresa nacional de telefonia com sede em Curitiba, e coordena uma equipe de 84 pessoas. O diretor tenta passar um pouco do que aprendeu para os seus funcionários. "Atuo até como psicólogo, muitas vezes. Dou feedback constante, mas sem respostas prontas. Faço o funcionário avaliar, ele próprio, as suas ações". Para Mendonça, o mais importante no processo de auto-conhecimento é ter sempre em mente que é uma conquista individual, sem regras para todos. "Por isso é importante que cada um avalie os seus pontos fortes e fracos, e use os fortes a seu favor e tente melhorar nos fracos."
A especialista Eliane Doin, coordenadora dos cursos de Marketing e de Publicidade do Centro Europeu, concorda que o marketing pessoal é um processo individual e contínuo. Para Eliane, a maior barreira que os consultores encontram é com as pessoas que não gostam de receber feedback. "Neste processo é importante estar aberto para ouvir. E o desenvolvimento pessoal é um processo longo, trabalhoso, com uma ligação muito forte com a psicologia", diz. Não é por acaso que o diretor Silvio Mendonça diz que o seu coaching foi um "psicólogo de carreira". (ML)
