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Expectativa é que companhia chegue a um faturamento de R$ 4 bilhões nos próximos quatro anos | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Expectativa é que companhia chegue a um faturamento de R$ 4 bilhões nos próximos quatro anos| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Demanda reprimida

Este ano, R$ 84,2 milhões devem ser aplicados na construção de ramais para ampliação do atendimento ao mercado residencial, comercial, industrial e GNV. Hoje, a companhia apenas distribui no Paraná o gás que é fornecido pela Petrobras, mas o objetivo é buscar fontes próprias de suprimento de gás para aumentar o abastecimento no Paraná. A demanda existe, mas a saturação do Gasbol (Gasoduto Brasil-Bolívia) limita a oferta de gás no estado, sobretudo, para o segmento industrial, o principal mercado da Compagas.

Pendência judicial

Queda de braço entre acionistas da Compagas segue na Justiça

O impasse entre os acionistas da Compagas por causa da distribuição de dividendos do exercício de 2012 segue na justiça. A queda de braço começou depois que a Copel, como sócia majoritária e controladora, decidiu pela distribuição do porcentual mínimo de dividendos do exercício de 2012 aos acionistas e direcionou a maior parte do lucro líquido a investimentos da companhia.

Amparadas pelo estatuto da Compagas, Petrobras e Mitsui, que entraram com ações pedindo a suspensão das deliberações da assembleia geral e do Conselho de Administração da companhia, tiveram decisões parciais favoráveis, mas a Copel recorreu. A última decisão, da Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), foi favorável ao pedido da Copel que de que o interesse público deve nortear a interpretação do estatuto social da companhia. Segundo a decisão, "a suspensão das deliberações da Assembleia Geral e do Conselho de Administração paralisará o plano de investimentos da Compagas, o que terá repercussão na prestação do serviço público essencial de distribuição de gás."

O acordo firmado em fevereiro deste ano com a Petrobras para fornecer gás para a Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEGA) se revelou um bom negócio para a Compagas. A companhia deve terminar o ano com faturamento recorde de R$ 2,4 bilhões – um crescimento cinco vezes maior do que o resultado de 2013, quando faturou R$ 480 milhões. Se a tendência de uso contínuo da energia térmica se confirmar, a expectativa da empresa é chegar a R$ 4 bilhões nos próximos quatro anos, amparada pelo aumento do fornecimento de gás para a indústria e para usinas térmicas no Paraná.

O salto no caixa é resultado, sobretudo, do contrato de R$ 1,5 bilhão para o suprimento do combustível para a UEGA assinado em fevereiro, depois que a Copel reassumiu o controle da termelétrica de Araucária, após sete anos de arrendamento da usina para a Petrobras. Conforme o presidente da Compagas, Luciano Pizzatto, foram três anos de negociação e convencimento da Copel sobre a necessidade de voltar a operar a UEGA. A retomada ocorreu justamente no momento em que o setor elétrico passou a depender seriamente das térmicas para atender a demanda.

O faturamento recorde da companhia deve impactar positivamente os investimentos a partir de 2015. Mas a continuidade desse ciclo depende da busca de alternativas para o suprimento de gás no estado, prioridade máxima da companhia, que enfrenta a limitação da oferta causada pela saturação do gasoduto Bolívia-Brasil, explica Pizzatto.

Investimentos

Com mais dinheiro para investir, dois projetos devem ganhar atenção especial a partir do próximo ano. Um deles prevê a construção de novos ramais ligando Curitiba aos novos campos de gás convencional na região Centro-Sul do estado, na cidade de Pitanga, onde um consórcio formado pela Copel e mais três empresas venceu o leilão da ANP para exploração do combustível. "Esse investimento deve levar de três a cinco anos, o mesmo prazo para a maturação dos campos de gás. Trata-se de um investimento fundamental. A expectativa é que a exploração comece já em 2015", afirma Pizzatto.

O outro é o projeto de construção de um gasoduto que liga o Porto de Paranaguá a Araucária, na região metropolitana, que a companhia tenta tirar do papel desde 2012. Com exceção da Copel, que é sócia majoritária da Compagas, a construção do terminal de importação de gás natural liquefeito (GNL) e do gasoduto sempre enfrentou resistência dos outros sócios da companhia – Petrobras e Mitsui.

Segundo Pizzatto, as duas empresas anunciaram recentemente o estudo de um projeto para a implantação de um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Rio Grande do Sul. "Diante disso, não há argumentos que sustem as negativas das empresas em viabilizar um investimento semelhante no Paraná", afirma.

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