Depois que pilotos das companhias áreas japonesas Japan Airlines (JAL) e All Nippon Airways (ANA) foram encontrados com sinais de embriaguez antes de embarcaram em voos no mês de outubro, ambas as companhias apresentaram relatórios ao Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão, na sexta-feira (16), explicando as circunstâncias e as medidas preventivas perante as ocorrências.
O relatório da Japan Airlines revelou que um copiloto de 42 anos, que a polícia britânica prendeu por ultrapassar o limite de álcool, tentou manter distância dos capitães e de outros tripulantes antes do voo. De acordo com os relatos, um motorista de ônibus do aeroporto foi responsável por fazer a denúncia após sentir o hálito de álcool no copiloto.
A polícia foi acionada e prendeu o copolito pouco antes de ele embarcar no aeroporto de Heathrow, em Londres, com destino ao aeroporto de Haneda, em Tóquio, no dia 28 de outubro. Na ocasião, o nível de alcoolismo do funcionário da JAL estava 10 vezes acima ao permitido no Reino Unido.
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No caso da ANA, um capitão da ANA Wings, uma empresa do grupo, ficou impossibilitado de operar um voo devido a “condições físicas precárias”, em 25 de outubro, o que resultou em atrasos de cinco voos domésticos. Segundo o relatório, o que contribuiu para a condição do funcionário foi o excesso de bebida na noite anterior. O capitão, que estava com 40 anos, pediu demissão da empresa após ser instruído a fazê-lo.
Segundo o relatório da JAL, a companhia entrevistou 13 pessoas, incluindo os capitães, que estiveram em contato com o copiloto antes do voo. Além do motorista de ônibus que o levou ao avião, ninguém mais sentiu cheiro de álcool no copiloto. Os capitães e outros membros da tripulação disseram que o copiloto estava tentando manter distância deles.
A companhia disse que o copiloto provavelmente tinha problemas pessoais que o levaram a beber em excesso e a falsificar intencionalmente os resultados do seu teste.
O relatório da ANA revelou que o piloto em questão bebeu com outro capitão da empresa. Na época do incidente, os regulamentos da ANA declaravam que os pilotos estariam proibidos de consumir álcool em até 12 horas antes do voo. Como medida preventiva adicional, a ANA está instituindo uma nova diretriz que limita o consumo de álcool, antes do prazo acima referido, ao equivalente a duas latas de 500 ml de cerveja.
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O presidente da JAL, Yuji Akasaka, pediu desculpas em uma conferência com a imprensa em Tóquio depois de enviar o relatório, dizendo: “Nós causamos um incidente que nunca deveria ter acontecido. Vamos continuar investigando”.