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Companhias aéreas reduzem rotas e número de voos no Paraná cai 10%

Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, perdeu voos da Azul, Gol e TAM. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, perdeu voos da Azul, Gol e TAM. (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

O número de voos domésticos nos cinco aeroportos do Paraná caiu 10% no primeiro trimestre de 2016 se comparado ao mesmo período de 2015. Nos três primeiros meses do ano passado, 13.699 voos decolaram dos aeroportos de Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu, Cascavel e Maringá. Neste ano, o número de voos caiu para 12.312.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), a diminuição é consequência do aumento do custo operacional e da queda da demanda. Isso tem forçado as empresas a reduzir frequências de voos e, em alguns casos, até a cancelar rotas.

Em 2016, a companhia aérea Azul, por exemplo, reduziu 10% de suas operações no estado. No ano passado, a média diária de voos era de 58; neste ano, o número caiu para 52. Para isso, a empresa reduziu a frequência de sete rotas no estado: Curitiba-Maringá; Campinas-Maringá; Curitiba-Londrina; Cascavel-Curitiba; Cascavel-Campinas; Curitiba-Rio de Janeiro; e Curitiba-Campinas.

A Gol, que espera reduzir suas operações entre 15% e 18% em 2016, também ajustou a oferta de voos no Paraná. Além de reduzir o número de voos em oito rotas diferentes, a empresa cancelou três trajetos: Maringá-Campo Grande (MS); Curitiba-Confins (MG) e Curitiba-Campinas (SP).

O Grupo Latam afirmou que, diante da forte desaceleração do setor aéreo, precisou ajustar sua malha aérea. No Paraná, a companhia reduziu de três para dois o número de frequências diárias na rota Curitiba-Rio de Janeiro e suspendeu os voos diretos entre Curitiba e Londrina, e entre Curitiba e Foz do Iguaçu.

A única empresa que aumentou a oferta de voos no estado foi a Avianca, que começou a operar no Paraná em agosto de 2015. Em março de 2016, a companhia aumentou a frequência de voos entre São Paulo e Curitiba.

Demanda

Na avaliação da Associação Brasileira de Empresas Aéreas, a situação começou a ficar mais difícil em 2011, com a aceleração na alta de custos de operação.

A partir do segundo semestre de 2014, a realidade foi agravada pela volatilidade do câmbio, que afeta um conjunto de 60% dos custos das companhias, em média. “Ao longo desse período, para agravar o cenário desfavorável, a desaceleração econômica se tornou retração e, juntamente com as instabilidades políticas, passou a comprometer a demanda por transporte aéreo”, registra a associação em nota.

Segundo a entidade, as pessoas estão viajando pouco a negócios – e este público representa dois terços da demanda. Em março, a demanda por transporte aéreo registrou o oitavo mês consecutivo de resultados negativos, recuando 7,3% em relação ao mesmo mês de 2015.

Movimentação

No primeiro trimestre de 2016, 23,2 milhões de passageiros foram transportados pelas empresas aéreas no Brasil, uma queda de 4% com relação ao mesmo período do ano anterior. No Paraná, esta queda também aconteceu: 1,5 milhão de passageiros passaram pelo aeroporto Afonso Pena, na Grande Curitiba, nos primeiros três meses de 2016, número 11% menor que em 2015. Em Londrina, a queda chegou a 16% e em Foz do Iguaçu o número de passageiros transportados foi 5% menor que no ano passado.

Fiep pede que governo reduza ICMS do querosene

Na avaliação do setor produtivo paranaense, além das razões expostas pelas empresas, outro motivo que levou a queda no número de voos foi o aumento da alíquota de ICMS sobre o querosene de aviação. A tributação sobre o combustível que era de 5% passou a 18% em abril de 2015. Para tentar reverter o quadro, a Fiep vai pedir ao governo do estado que reduza a alíquota para, no máximo, 7%.

Para Edson Campagnolo, presidente da Fiep, o corte dos voos traz prejuízos para a atração de investimentos e a competitividade das indústrias, especialmente no interior. “Quando uma empresa avaliar as formas de deslocamento e verificar que as opções são poucas, ela pode optar por se instalar em local que tenha maior oferta de voos”, afirma.

O combustível, segundo a Associação Brasileira de Empresas Aéreas, é responsável por 38% dos custos de operação das empresas. O impacto é ainda maior em voos domésticos, já que para voos internacionais há a isenção do tributo – o que explica o fato de passagens ao exterior serem, em alguns casos, mais baratas que voos dentro do país.

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