Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços Bancários (Star) da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) completou um mês com um número de acessos considerado razoável e muitas críticas. Entre 18 de setembro e 18 de outubro foram realizados 144.983 acessos ao sistema (www.febraban.com.br/star), que resultaram em 6,2 milhões de consultas a tarifas. "É um volume razoável, mas a padronização de nomenclatura das tarifas pode melhorar", opina a economista da instituição de defesa do consumidor Proteste, Hessia Costilla.

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Apesar de o sistema unificar o nome das tarifas para possibilitar a comparação entre os bancos, ele por vezes acaba comparando serviços diferentes. "O sistema traz o valor da anuidade do cartão de crédito básico de cada banco, mas cada cartão é diferente", explica.

"A quantidade de bancos do sistema [11] é pequena, as tarifas indicadas são só as principais e há nomenclaturas que confundem", concorda o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira. Para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva, falta esclarecer os critérios para o reajuste das tarifas. "A alta é arbitrária e deixa a pessoa sem base de comparação."

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Apesar das críticas, o Star trouxe avanços de ordem prática: permite visualizar o preço de determinada tarifa em todos os bancos numa única página. Este também é o formato da listagem de tarifas do Procon-PR, que só abrange oito bancos. Já o sistema mantido no site do Banco Central exige a verificação de um banco de cada vez e traz apenas o valor máximo da tarifa. O Star também detalha melhor as particularidades de cada tarifa.

"O importante é o consumidor consultar o extrato. Muitas vezes o correntista nem percebe o desconto de poucos reais que está havendo", diz a coordenadora do Procon, Ivanira Gavião Pinheiro. O órgão recebeu 25 mil reclamações ou pedidos de informação este ano sobre o sistema financeiro.

Pesquisa com os dez principais bancos do país realizada pelo Dieese mostrou que, no ano 2000, as tarifas cobriam 73,6% da folha de pagamento das instituições, enquanto em 2006 elas pagaram toda a folha e ainda sobrou dinheiro (125,2%). O aumento da receita com serviços segue o ritmo da elevação do lucro obtido pelos bancos, que no mesmo período passou de R$ 4,6 bilhões para R$ 28,5 bilhões.

De acordo com levantamento do portal Vida Econômica, cada banco tem em média 41 tarifas (das 77 existentes). Destas, 39 subiram de preço nos últimos cinco anos – 35 delas acima da inflação.

A Febraban estuda pesquisar também o preço de cestas de tarifas (e não apenas das tarifas avulsas, como é feito atualmente). Na opinião de Miguel Oliveira, da Anefac, esta seria uma comparação ainda mais complicada, já que os pacotes variam muito entre si. E unificá-los seria limitar a concorrência entre os bancos. Já o professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista Marcos Crivelaro defende a divulgação dos descontos oferecidos nas cestas, já que "falta de informações claras e precisas por parte dos bancos representa grande obstáculo para o consumidor".

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