A Fundação Getúlio Vargas (FGV) atualizará a partir de fevereiro os pesos dos itens componentes dos Índices de Preço ao Consumidor (IPCs), como o IPC-10, IPC-M, IPC-DI e IPC-S. A nova ponderação levará em conta o novo peso estimado a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009 do IBGE. Anteriormente, a FGV levava em conta os pesos da POF anterior, de 2002-2003.

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A partir de fevereiro, nos IPCs, o número de classes de despesa subiu de sete para oito. O número de itens caiu de 88 para 85; e o de subitens diminuiu de 558 para 338. A nova classe de despesa a ser incluída é de Comunicação. Segundo a fundação, a maior parte dos subitens excluídos pertencia ao grupo Alimentação. Isso, na prática, reflete maior diversificação do consumo na última década. Com isso, vários itens passaram a ter participação menor no orçamento familiar.

Entre as mudanças detectadas pela fundação via atualização de pesos, o grupo Alimentação passará a ter sua participação nas despesas familiares reduzida de 27,49% para 22,37%. Mas serviços relacionados a alimentos tiveram destaque entre as modificações: somente o peso de restaurante saltou de 2,00% para 6,05%.

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Haverá diminuição de 31,84% para 25,32% no peso do grupo Habitação. Esta diminuição está associada, principalmente, à criação do grupo Comunicação, que absorveu despesas de telefonia fixa e móvel. O peso do grupo Vestuário pouco se alterou, e passará de 5,40% para 5,89%. Já Saúde e Cuidados Pessoais aumentará de 10,36% para 11,43% sua participação nas despesas familiares.

Transportes foi a classe de despesa que terá o maior aumento de peso entre os grupos, de 11,72% para 19,15%. Já o grupo Despesas Diversas terá sua participação diminuída de 4,44% para 2,67%.

Por fim, o novo grupo Comunicação responderá por 5,8% do orçamento familiar e reúne todas as despesas com telefonia, TV por assinatura e internet. A principal novidade foi o surgimento dos pacotes de telefonia com internet.

O detalhamento de novos pesos dos IPCs está disponível na página da FGV, na internet, em documento de 27 páginas.

Menor peso em Alimentos no IPC reflete desenvolvimento

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A perda de participação do grupo Alimentação dentro do cálculo dos Índices de Preços ao Consumidor (IPCs),pode ser explicada pela "lei empírica" que diz que, quanto mais a sociedade se desenvolve, diminui a proporção de despesas com alimentação. Isso porque, com maior renda, as famílias deslocam seus gastos para novos tipos de consumo.

A fundação comentou ainda que, entre as Pesquisas de Orçamentos Familiares (POFs) de 2002-2003 a 2008-2009 do IBGE, houve acréscimo da renda do trabalho. Isso, na prática, estimulou perda de frequência no consumo de alimentos dentro de casa, entre os dois levantamentos, o que ajudou a derrubar o peso de Alimentação dentro dos IPCs.

O peso da classe de despesa cairá de 27,49% para 22,37% nos IPCs a partir de fevereiro.