Fábrica de produção de sabonetes da Natura Ekos, em Belém (Foto: Henry Milléo/Arquivo/Gazeta do Povo)| Foto:

A Natura informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que negocia os termos e as condições contratuais finais para a aquisição da Avon, concorrente no segmento de cosméticos no país. Em comunicado encaminhado à CVM na manhã desta quarta-feira (22), a fabricante e varejista nacional confirmou o avanço das tratativas ao negar que o contrato já estaria assinado. A informação é do Valor.

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Também nesta quarta (22), o Financial Times e o Wall Street Journal publicaram reportagens dizendo que a compra estaria fechada. Segundo o FT, no acordo, a Avon teria sido avaliada em mais de R$ 2 bilhões.

No documento apresentado à CVM, a Natura pondera que, em caso de concretização, a transação deve ficar sujeita à avaliações por parte dos órgãos reguladores e das bases acionárias das duas empresas. A necessidade de aprovação é decorrente da combinação de negócios e operações que resultaria da potencial aquisição, que envolve a troca de ações.

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Se for consolidada, a compra tem capacidade de ampliar o mercado da gigante brasileira a partir da conquista de novos públicos (em especial das classes D e E). A potencial movimentação abriria distância dos principais rivais Unilever e Boticário, colocando a empresa como líder isolada do setor no país.

Na Bolsa brasileira, as ações da Natura apresentavam alta de 4,36% às 13h, cotadas a R$ 58,65.

Sobre as conversas

Em março, a Natura & Co, empresa que representa o grupo controlador de Natura, The Body Shop e Aesop, admitiu interesse em assumir o controle da rival, falando em tratativas iniciais para a compra de participação do capital social da Avon Products Inc. No mesmo mês, as duas empresas anunciaram ao mercado que mantinham negociações.

Mais adiante, em abril, a Natura reforçou que as negociações seguiam em andamento junto à Avon Products Inc, “empresa de capital aberto com operações fora da América do Norte”, conforme nota. A informação foi divulgada depois da venda das operação dentro dos Estados Unidos para a sul-coreana LG Household & Health por US$ 125 milhões.

O interesse da Natura nos negócios mundiais da Avon está em consonância com outra movimentação da brasileira, que em 2017 adquiriu a britânica The Body Shop por 1 bilhão de euros. De acordo com a diretora de varejo da empresa, Paula Andrade, em entrevista à Gazeta do Povo em setembro passado, apesar do foco principal da empresa no Brasil, a transação reforçou o know-how do grupo para expandir globalmente.

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