Veja as empresas do grupo Vivendi| Foto:

Anatel

"Entrada da Vivendi é saudável"

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg, afirmou ontem que a entrada do grupo francês Vivendi no mercado brasileiro deverá aumentar a competição, melhorar a qualidade dos serviços e ampliar a cobertura de telefonia no país, além de poder reduzir os preços. "Vemos isso (a entrada do grupo) de forma positiva", disse Sardenberg, após evento em Brasília. "Vemos que a competição deverá aumentar, o que terá impacto na qualidade. A qualidade oferecida deverá ser melhor, e os preços tenderão a ser moderados", afirmou Sardenberg. Segundo ele, a entrada de "capital forte" no setor de telefonia amplia a cobertura dos serviços. Sardenberg deu a entender que, se forem necessárias, no futuro, serão impostas condicionantes ao negócio. "Isso virá com o tempo, se for necessário. Nesta fase, o que queremos é atrair investimentos", disse o presidente da Anatel.

Agência Estado

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A compra da GVT pela gigante francesa Vivendi, anunciada sexta-feira, promete acelerar o crescimento da operadora e acirrar a disputa de mercado com Telefônica, Net e Oi. Segundo analistas, a entrada do grupo deve favorecer o consumidor e a ampliação de serviços por parte da GVT, com foco em tevê por assinatura e internet banda larga. "É um concorrente de peso que deve pressionar para baixo os preços dos serviços, com vantagens para o consumidor e forte concorrência para as empresas que já atuam no mercado", afirma Maria Tereza Azevedo, analista da Link Corretora. Luciana Leocádio, analista da Ativa Corretora, acredita que o mercado deve ficar mais competitivo com a entrada da Vivendi. "A GVT já era uma empresa muito agressiva e com um acionista ‘robusto’ como a Vivendi deve acelerar seus planos de expansão".

Para analistas, o grupo francês – que levou a GVT depois de uma disputa com os espanhóis da Telefônica – deverá antecipar o plano de expansão da operadora, incluindo a entrada no mercado residencial de São Paulo e do Rio de Janeiro. Atualmente a GVT atua em 80 cidades do Sul, Centro-Oeste-Nordeste e Norte.

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"Para o consumidor é altamente favorável. Se a Telefônica tivesse comprado a GVT, provavelmente não teríamos uma expansão da empresa para o mercado paulista", diz a equipe de análise da corretora CoinValores.

Ontem, no primeiro dia de pregão na bolsa após a divulgação da compra, as ações da GVT encerraram o dia com alta de 2,92%, a R$ 54,90. O mercado aguarda pela oferta pública da Vivendi para aquisição do restante das ações da GVT. Conforme o resultado da oferta – que deve ser de R$ 56 por ação – a Vivendi poderá fechar o capital da GVT. A assessoria de imprensa da Vivendi informou ontem que ainda não há definição de data para o leilão.

A ideia da companhia francesa é adquirir 100% do capital durante a oferta. Se isso ocorrer, o valor total da compra da GVT será R$ 7,2 bilhões. Na sexta-feira, a Vivendi surpreendeu o mercado ao anunciar que adquiriu, em uma operação privada, 57,5% da companhia, por R$ 4,1 bilhões.

Apesar de ter pago um "prêmio alto", segundo analistas, a Vivendi já deu sinais de que encara o país como estratégico para o seu crescimento. Em comunicado distribuído na sexta-feira, Jean-Bernard Lévy, CEO do grupo, disse que a oferta é reflexo da qualidade da operadora, do seu modelo de negócios e do seu histórico de desempenho.Ontem chegaram a circular rumores a respeito de uma tentativa da Telefônica de questionar a operação de compra, mas analistas acreditam que a aquisição não deve sofrer grandes entraves. Na última quinta-feira, a Agência Nacional de Tele­comunicações (Anatel) já havia dado sinal verde para a venda da GVT.