O processo de compra de dólares por parte do Banco Central, e as captações de recursos realizadas pelo Tesouro Nacional por meio do lançamento de títulos da dívida externas, os chamados bônus soberanos, entre outros, permitiram o aumento das reservas internacionais em US$ 32,039 bihões no ano passado, fechando o período no nível recorde de US$ 85,839 bilhões. O recorde anterior para as reservas já havia sido batido em outubro de 2006, ao ultrapassar a barreira dos US$ 75 bilhões.
A vantagem de ter dólares em caixa é que isso dá garantias contra eventuais crises no mercado internacional, como a da Rússia, em 1998, e a mais recente da Tailândia, que teve início no fim de 2006. Com os dólares, o país tem mais autonomia para conter eventuais pressões sobre a taxa de câmbio. Alguns economistas, no entanto, chamam a atenção para a compra de dólares. Isso porque cada vez que compra a moeda, o governo paga em reais e aumenta a sua dívida interna.
Até outubro de 2006, o nível mais alto atingido pelas reservas havia sido em abril de 1998, antes da eclosão da crise russa. Nos meses seguintes, porém, quando o cenário externo começou a pesar sobre a economia brasileira, houve uma queda de cerca de US$ 50 bilhões. Depois disso, o BC voltou a comprar divisas no início de 2004.
O processo de recomposição das reservas permitiu ao governo federal pagar antecipadamente, no fim de 2005, um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional e saldar outros compromissos como a dívida com o Clube de Paris. As reservas promoveram também o resgate antecipado das "bradies" em 2006, títulos da dívida externa oriundos da renegociação de 1994.
Os pagamentos antecipados da dívida externa são bem vistos por investidores internacionais e contribuem para a queda do Risco Brasil, e para a obtenção, no futuro, do chamado "investment grade" (grau de investimentos) das agências de classificação de risco. uma vez obtido o grau de investimento, o aporte de recursos no Brasil tende a crescer.
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