Exigências
O estudo da IBM compila quais são, na visão dos consumidores, as cinco necessidades básicas que devem ser supridas pelas redes e empresas que possuem sites de compras.
Preço
O valor do produto ou do serviço deve ser coerente com o praticado em outros canais de compras, como as lojas físicas. Por mais prático que seja comprar on-line, essa facilidade não deve custar mais.
Acompanhamento
O consumidor deve conseguir rastrear todas as etapas do pedido, desde a formalização da compra até a entrega. Isto é essencial para coibir atrasos e esclarecer quando, enfim, a encomenda chegará às mãos do cliente.
Devolução
É preciso garantir que, em caso de problemas com o produto comprado pela internet, ele possa ser devolvido ou trocado diretamente na loja física da marca, agilizando o processo e evitando a burocracia.
Estoque
O varejista deve ter a habilidade de enviar direto para a casa do consumidor itens que estão fora do estoque na loja física. Assim, quem vai até a loja e não encontra o produto no momento tem a garantia de não sair de mãos abanando.
Variedade
Tanto a loja física quanto o site de compras devem oferecer a mesma diversidade de produtos e serviços, o que garante que quem vai até a loja poderá optar depois por comprar pela internet (e vice-versa).
Segurança
Nos sites brasileiros, os principais meios de pagamento são as carteiras virtuais (como PayPal e PagSeguro) e os cartões de crédito. Entre os fatores que colaboraram para a adesão às compras on-line estão não só ferramentas e plataformas mais confiáveis, mas a possibilidade de os clientes exporem suas opiniões e problemas sobre o serviço e avaliar os produtos, seja no próprio site ou em redes sociais contribuindo, assim, para esclarecer o quão confiável é a loja. A avaliação dos próprios consumidores é um dos principais critérios usados pelo Mercado Livre, por exemplo.
O número de consumidores que veem no comércio on-line o principal meio de adquirir produtos e serviços dobrou no ano passado, em todo o mundo. A prévia de uma pesquisa da IBM desenvolvida com mais de 30,5 mil consumidores de 16 países incluindo o Brasil mostra que o porcentual de adeptos do e-commerce passou de 14% em 2012 para 27% em 2013. No Brasil, as lojas virtuais são o terceiro tipo de página mais comum na internet, atrás apenas dos blogs e sites corporativos.
INFOGRÁFICO: Cresce o número de pessoas adeptas do comércio on-line
Conforme mapeamento da empresa BigData Corp., os sites de comércio on-line compõem 16% da base ativa da internet brasileira, contabilizando 352 mil endereços.
A diversidade de opções mostra que o país tem aproveitado o potencial de um canal que só tende a crescer nos próximos anos, ganhando cada vez mais espaço entre os consumidores, em um caminho oposto ao das lojas físicas. O estudo da IBM, que será divulgado neste mês, mostra que o número de consumidores que disse ter feito a última compra numa loja física diminuiu de 85% em 2012 para 72% em 2013. A prática do showrooming quando o cliente pesquisa o produto na loja convencional mas faz a compra na rede também diminuiu, mostrando que parte dos compradores tem optado por ir direto à tela do computador, tablet ou smartphone.
"Antes, havia a percepção de que comprar on-line valia a pena porque era mais barato. Mas hoje os fatores mais importantes têm sido a facilidade, conveniência e maior oferta. Na internet, o vendedor pode expor uma quantidade infinita de produtos, literalmente falando, enquanto na loja física tudo é limitado pelo espaço", avalia o líder de consultoria para o setor de varejo da IBM Brasil, Alejandro Padron.
Também ajuda o fato de que, cada vez mais, os usuários têm optado por compartilhar informações pessoais, viabilizando um atendimento direcionado quase 40% dos entrevistados disseram informar sua localização ou número de celular para as lojas virtuais.
Tempo de vida
A facilidade em abrir uma loja virtual tem atraído principalmente pequenos empreendedores no Brasil. O mapeamento da BigData Corp. mostra que 54% dos sites brasileiros oferecem, no máximo, dez produtos. Por outro lado, outro estudo da empresa, ainda em produção, mostra que o tempo de vida médio de uma loja virtual brasileira não ultrapassa dois meses. "Há um volume muito grande de vendedores entrando e saindo, até porque não há toda a burocracia e investimento do ambiente convencional. Mas o fato é que é um canal com potencial de crescimento muito grande, até porque as pessoas estão cada vez mais perdendo o medo de efetuar transações on-line", afirma o CEO da BigData Corp., Thoran Rodrigues.
De consumidora a vendedora
A designer e empresária Evelyn Tallevi se considera uma "viciada" em compras pela internet as várias páginas da fatura de cartão de crédito estão ali para comprovar. Sua última aquisição foi uma generosa mala de viagem, que encontrou depois de uma extensa pesquisa em lojas virtuais e buscadores. Achou o modelo que precisava e ainda pôde escolher a cor. Dias depois, recebeu o pacote em casa. Facilidades que, segundo ela, a mantêm longe dos shoppings e lojas "de carne e osso".
"Tenho horror a lojas lotadas. Não gosto de ficar rodando procurando coisas. A internet me dá um leque gigantesco de opções. Há tempos não ponho o pé em shoppings no Natal", resume. O histórico de compras é variado: roupas, eletrônicos, artigos de beleza, máquina de café, ventilador, chocolate e até pomada para cachorro.
A extensa experiência pulando de um site para o outro em busca das melhores opções ajudou e muito Evelyn a levantar o próprio negócio, que está completando três anos. Ela montou uma loja de peças e acessórios para celulares, a Mixbuzz, e vende parte dos produtos na rede. Para conquistar a confiança dos clientes, aposta no atendimento personalizado. Conversa diretamente com o futuro comprador por e-mail, telefone ou mesmo via webcam. "Muitas pessoas deixam de comprar por sites porque não se sentem seguras. Hoje, faço questão de conversar com o cliente e comprovar que o negócio é idôneo. Já temos muitos comentários positivos na internet, o que faz toda a diferença", afirma.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast