Equipamento
Celular ultrapassa tablet e vira plataforma móvel mais utilizada
O último ano marcou a consolidação do celular como principal plataforma móvel de compras digitais. A predominância até então era dos tablets, que, em janeiro de 2014, respondiam por 67% desse tipo de transação. A relação se inverteu e, ao final do ano, os smartphones foram responsáveis por 65% dos negócios do e-commerce. "A tendência é que as pessoas usem cada vez mais o telefone como um computador, até por causa das telas ampliadas", prevê Pedro Guasti, diretor executivo da E-bit.
Aplicativos
Ferramenta popular entre os usuários de celular, os aplicativos são considerados pouco eficientes para venda na comparação com os sites, principalmente porque restringem as opções do consumidor. Guasti diz que, para fazer sucesso como canal de negócio, o app precisa ser efetivamente vantajoso ao cliente, com ações como oferta de cupons de desconto, por exemplo. A pesquisa da E-bit não os considera para a computação dos dados do varejo virtual.
9,7%
das vendas do e-commerce brasileiro em 2014 foram feitas por meio de celulares e tablets. A previsão é fechar 2015 com uma participação de 16%.
O uso de celulares e tablets para realizar compras pela internet ou simplesmente m-commerce cresceu mais de 1.000% nos últimos três anos e tem acelerado o desenvolvimento do comércio digital brasileiro, que faturou 24% a mais no último ano, conforme dados do relatório WebShoppers 2015, da E-bit. O volume de negócios fechados por meio dessas plataformas subiu, entre 2012 e 2014, de 0,8% para 9,7% do total somente no ano passado, o porcentual dobrou.
INFOGRÁFICO: Veja a evolução do uso celulares e tablets para fazer compras pela internet
O fenômeno é explicado pela popularização dos telefones com acesso à internet e pelo preparo do varejo virtual para atender a esse público, por meio da criação de sites responsivos, que se moldam a diferentes tamanhos de tela, sem prejuízo de navegação.
Sócio-diretor da agência Magento, que desenvolve lojas online, Maurício Albiero diz que 40% dos novos clientes chegam à agência com a intenção de montar site com essa estrutura operação que, segundo ele, varia de R$ 7 mil a R$ 25 mil, em média.
O mercado espera que a participação de plataformas móveis nas vendas siga crescendo e feche o ano em 16%, ainda inferior à de mercados como Estados Unidos e Europa, onde o índice varia entre 20% e 30%.
"O investimento não é barato, porque um site responsivo envolve mudanças tecnológicas, mas é inevitável. Quem não se adaptar, vai ficar para trás", diz Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.
Demonstra o potencial de crescimento desse ramo a baixa taxa de conversão da navegação em compras: de acordo com Salvador, quase 30% dos acessos às lojas virtuais se dão via celulares e tablets, mas apenas 10% das compras se concretizam nessas plataformas. "Isso indica que tem loja perdendo vendas."
Público-alvo
Também há expectativa de que cresça a participação das classes C e D nessa modalidade. Hoje, esse público é responsável por 27% das compras em dispositivos móveis, taxa menor que os 44% registrados quando se consideram todas as plataformas, inclusive computadores. O barateamento da tecnologia deve aproximar os índices.
Nem todos os empreendimentos, porém, adequam-se a esse tipo de comércio. Albiero explica que negócios com público-alvo acima de 50 anos têm chances reduzidas de colher bons resultados, dada a menor adesão desse público à tecnologia.
Loja de Colombo quadruplica vendas on-line
O volume de compras realizadas com celulares e tablets quadruplicou no último ano na loja virtual de móveis e design Desmobilia, cuja fábrica tem sede em Colombo, na região de Curitiba. O número atual de negócios fechados via plataformas móveis corresponde a 17% do total, acima da média nacional (9,8%) e com destaque para os celulares, que já são responsáveis por 10% de todas vendas da empresa.
O rápido crescimento é atribuído à atualização no site da loja, que, há cerca de um ano, passou a ser responsivo. "A gente trabalhava com uma plataforma que não tinha versão móvel, quando percebemos essa tendência e fizemos a mudança", explica a gerente de vendas on-line da Desmobilia, Andressa Cunha.
Outro ganho veio com o trabalho de SEO (Search Engine Optimization) da nova plataforma, a líder de mercado Magento, que se vale de palavras-chave para melhorar o posicionamento da loja em sites de busca, porta para entrada de muitos consumidores.
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