Foz do Iguaçu A Tríplice Fronteira tornou-se um formigueiro de consumidores às vésperas do Natal. A procura pelos produtos importados do Paraguai e por frutas secas, frios e gasolina mais barata na Argentina vem congestionando as pontes da Amizade (Brasil Paraguai) e Fraternidade (Brasil Argentina).
Na aduana da Ponte da Amizade, mais de 200 pessoas aglomeravam-se na fila para fazer a Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA) ou legalizar as mercadorias. "Ficamos mais de três horas na fila", diz o consumidor Renato Barbosa, do interior de São Paulo. Segundo ele, a fila está tão disputada que havia paraguaios vendendo lugar por R$ 20. De acordo com a Receita Federal, nos dias de pico, a exemplo do sábado, estão sendo expedidas cerca de 1,6 mil declarações. A DBA é procurada mesmo por consumidores que não compraram mercadorias acima da cota. O documento garante aos turistas o direito de transitar nas rodovias com os produtos sem correr o risco de apreensão.
O corre-corre na aduana não significa que os comerciantes estejam contentes. Segundo o presidente do Centro de Importadores e Comerciantes de Alto Paraná (Cicap), Charif Hammoud, o movimento neste fim de ano foi abaixo do esperado. Ele diz que os comerciantes aguardavam um aumento de 20% a partir de outubro, o que não ocorreu. A fiscalização apertada da Receita e da Polícia Federal fez diminuir em 40% o número de sacoleiros em Ciudad del Este. O impacto só não foi maior porque a quantidade de turistas acabou aumentando neste fim de ano, o que levou o comércio a empatar as vendas com a do ano passado, fechando 2005 com US$ 1 bilhão.
Os paraguaios estão ansiosos com a conclusão da reforma da aduana em Foz do Iguaçu no próximo ano e com a construção de novas praças em Ciudad del Este para atrair mais turistas em 2006. "Acreditamos que a curto prazo vamos decolar", diz Hammoud.
Para chegar à Argentina, os motoristas têm ficado pelo menos duas horas na fila da aduana. A cotação do peso em Foz (R$ 0,86) estimula os brasileiros a cruzar a fronteira para abastecer o carro e fazer compras. A gasolina na Argentina custa, em média, R$ 1,80.
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