Os brasileiros estão cada vez mais informatizados e conectados à internet. Na média nacional, uma de cada cinco residências já possui computador e quase o mesmo número de casas tem acesso à internet.
De 2001 para 2006, o número de domicílios com computadores pulou de 12,6% para 22,4% no país. E o acesso à internet está presente em 16,9% das famílias.
Mas esse não foi o único indicador de aumento do acesso a informação e comunicação em 2006. Com mais dinheiro no bolso, a população comprou mais computadores, televisões e rádios. O percentual de domicílios com telefone aumentou de 72,4% em 2005 para 75,2% em 2006.
Cada vez há mais celulares e menos aparelhos fixos. O percentual de residências que têm apenas celulares subiu de 23,6% para 27,8% no período. Já o percentual de residências somente com telefone fixo passou de 12,5% para 11%.
Sul e Sudeste são mais informatizados
Apesar do avanço, ainda existe uma grande distância entre as regiões Sul e Sudeste contra o Norte e Nordeste no acesso à informática, considerado um verdadeiro "fosso tecnológico".
Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) referente ao ano de 2006, divulgada hoje (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, a região mais informatizada do país é o Sudeste, onde 29,2% das residências - uma em cada três - têm computadores, seguida pelo Sul (27,9%) e Centro-Oeste (20,4%), com as regiões Norte (12,4%) e Nordeste (9,7%) em posições mais distantes.
Quanto ao acesso à internet, os percentuais são menores e as distâncias mais expressivas: Sudeste (23,1%), Sul (20,8%), Centro-Oeste (14,6%), Nordeste (6,9%) e Norte (6%). Na média, Sudeste e Sul têm o triplo de pontos de acessos à rede do que Nordeste e Norte.
A diferença é classificada como preocupante pelo diretor-executivo do Comitê para a Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio. "Os números da PNAD revelam grande progresso [na informatização] nas regiões Sul e Sudeste, mas o Norte e o Nordeste estão vivendo um novo tipo de exclusão: o apartheid digital", alerta Baggio. O CDI é uma ONG dedicada à difusão da informática no país, através da criação de escolas técnicas e da doação de computadores.
"Dos 5,5 mil municípios brasileiros, só a metade tem condições de acesso local à internet. Os outros precisam acessar utilizando ligação DDD ou por satélite, o que é muito caro", aponta o diretor. "O Brasil ocupa o quinto lugar, em percentual de pessoas com acesso à internet na América do Sul, atrás do Chile, que tem 42% da população conectada, Argentina, Uruguai e Peru."
Percentualmente, a unidade da federação onde mais aparecem computadores nas residências é o Distrito Federal (36,4%), seguido por São Paulo (28,9%), Santa Catarina (26,5%), Rio de Janeiro (25,1%), Paraná (23,3%) e Rio Grande do Sul (21,3%). Nos últimos lugares estão Rondônia (7,4%), Pará (7,2%), Ceará (7%), Alagoas (6,6%), Piauí (5,7%) e Maranhão (4,1%).
De acordo com Baggio, os recursos disponíveis para promover a inclusão digital existem. "O Brasil pode resolver a inclusão digital liberando os recursos do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), alimentado por 1% das contas telefônicas que todos nós pagamos e que dispõe de R$ 6 bilhões, atualmente contingenciados para gerar o superávit primário [receita menos despesa] do governo", sugere o diretor do CDI.
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