A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) colocou à venda 15,3 mil toneladas de milho a criadores de aves e suínos de 18 municípios do Para-ná. O objetivo é aliviar a escassez provocada pela elevação de preços e pela especulação, disse o gerente substituto de Operações da Conab no estado, Leônidas Toledo Kamisnki. O saco de 60 quilos vai custar de R$ 18 a R$ 19 até R$ 3 abaixo dos preços aferidos pela Secretaria de Es-tado da Agricultura e Abaste-cimento (Seab). Cada criador poderá comprar 27 toneladas de milho, 17 (t) a mais do que na venda de balcão aberta há seis meses. A negociação será feita em nome do produtor.
Segundo Kaminski, os estoques de milho da Conab no Paraná, avaliados em 210 mil toneladas, estão dentro da média histórica. "Com a alta nos preços, vamos desovar um pouco desse estoque." Os reajustes do último mês chegaram 13,5%, calcula a consultoria AgRural.
Os preços em alta favorecem produtores de milho, mas prejudicam os criadores de animais. O problema é maior nas regiões Oeste e Sudoeste, segundo a Associação Paranaense de Suinocultores (APS). "Mesmo com o milho a R$ 23 o saco, não há oferta no mercado", afirma o presidente da entidade, Irineu Wessler.
A venda de balcão foi autorizada após uma série de apelos dos criadores. Em outros estados, a "desova" dos estoques de milho vem sendo feita através de leilões. Três concorrências estão marcadas para setembro, abrangendo Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
"A venda de balcão vai liberar milho a preços equivalentes aos de Santa Catarina durante setembro, mas ainda estamos sujeitos à escassez do produto por mais três meses", avalia o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Norte do Paraná, José Luiz Vicente da Silva.
Para a Associação e Sindicato dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Sindiavipar), a medida só terá efeito se a venda for feita apenas aos produtores. A Conab descarta o comércio a revendedores e promete rigor no cadastro dos interessados.
O cadastro é o primeiro passo que o produtor deve dar para acessar a venda de balcão. Em seguida, o milho é pago à vista, através de boleto bancário emitido pela Conab. O cereal pode ser retirado no armazém da companhia mais próximo.
Preço e escassez
Em municípios como Medianeira, Palotina, Toledo, o saco do cereal vai custar R$ 19. Em Capitão Leônidas Marques, Clevelândia e Guarapuava, serão pagos R$ 18. Segundo a Conab, o valor foi afixado de acordo com as cotações regionais, e deve ficar abaixo dos preços de mercado por causa dos reajustes contínuos.
"Na realidade, a venda de balcão não ocorre pelos preços estarem muito altos, mas pela falta de milho no mercado", afirma o Cláudio de Sousa Cardoso, encarregado do setor de Programas Institucionais e Sociais da Conab no Paraná. Ele afirma que teoricamente a companhia não pode praticar valor abaixo das cotações do mercado.
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