Apesar da queda generalizada nos preços dos grãos, o Brasil deve alcançar pela primeira vez a marca de 200 milhões de toneladas, apontou o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a temporada 2014/15. O recorde até agora é a safra 2013/14, com 195,5 milhões.
O levantamento divulgado ontem aponta para um volume entre 194 milhões e 201,6 milhões de toneladas. A soja, principal produto, deve render entre 88,83 milhões e 92,41 milhões de toneladas, abaixo do esperado pelo mercado, mas bem acima do recorde de 2013/14, de 86,12 milhões de toneladas.
Soja em queda
Houve recuo na previsão da soja, que registra queda de perto de 30% neste ano na Bosa de Chicago. A própria Conab vinha cogitando perto de 95 milhões de toneladas e agora prevê ponto médio de 90,62 milhões de toneladas. Considerando 12 estimativas comparadas pela Agência Reuters, o país tende a produzir 93,9 milhões de toneladas da oleaginosa, na avaliação do setor privado.
"Entendo que esse número não é um número conservador. Está dentro daquilo que nossos técnicos verificaram dentro dos seus levantamentos", disse o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, em Brasília. A Conab destacou em seu relatório que a produção de soja "apresenta um crescimento na produção, mesmo considerando o quadro internacional de superoferta de grãos que reduz a expectativa de preços". Há risco de prejuízo na soja em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa.
Lavoura
A soja ganha e o milho perde espaço no verão. A área plantada com a oleaginosa deverá ficar entre 30,6 milhões e 31,8 milhões de hectares em 2014/15, alta entre 1,4% e 5,5% na comparação com 2013/14.
Já para o milho, a projeção é de área entre 5,9 milhões e 6,3 milhões de hectares, recuo entre 10,9% e 4,1% ante a temporada passada. A tendência vem se repetindo safra após safra. O cereal pode perder inclusive parte do espaço conquistado nos últimos anos na safra de inverno.
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