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Conab revisa safra de trigo

Lavouras de trigo do Paraná sofreram os maiores danos após duas geadas. Estragos só devem ser mensurados ao final da colheita | Roberto Custódio/JL
Lavouras de trigo do Paraná sofreram os maiores danos após duas geadas. Estragos só devem ser mensurados ao final da colheita (Foto: Roberto Custódio/JL)

O 12º levantamento de campo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado ontem, surpreendeu o mercado ao elevar em quase 1 milhão de toneladas a estimativa para a colheita de grãos do Brasil no ciclo 2012/13 e por mexer pouco nos números de oferta de trigo. O cereal, cuja safra é plantada no inverno, foi um dos maiores prejudicados pelo frio intenso dos últimos dois meses no Sul do país, onde está concentrada a produção da matéria-prima do pão. O Paraná, que neste ano cai para o segundo lugar no ranking nacional de produção, tende a perder 1 milhão de toneladas, conforme avaliação do setor produtivo.

A Conab, no entanto, cortou 662 mil toneladas de sua projeção do mês passado e agora prevê colheita de 4,952 milhões de toneladas, ante 5,6 milhões de toneladas. O recuo mais significativo ocorreu no Paraná, que deve colher 1,9 milhão de toneladas, contra 2,6 milhões de toneladas estimados em julho. Para o Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional, houve ligeiro incremento de produção, de 2,45 milhões de toneladas para 2,50 milhões de toneladas.

O técnico da estatal no Paraná, Eugênio Stefanello, explica que o número atual ainda não considera a segunda geada no Sul do país, registrada em setembro, e que novos levantamentos serão realizados para revisar a produção do cereal. Ele ressalta ainda que há uma outra preocupação em relação ao trigo: a qualidade do produto colhido. "As primeiras colheitas mostram que de fato há um problema significativo de qualidade e certamente teremos uma parcela da produção que será direcionada pra ração animal ou farinha e outros usos", revela.

Até o momento, os produtores paranaenses retiraram do campo somente 10% do total a ser colhido no estado, conforme levantamento da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab). Com o avanço das máquinas será possível mensurar melhor os estragos no mercado, afirma Stefanello.

Milho em alta

A oferta total de milho no Brasil, por outro lado, foi novamente elevada e agora é calculada em 81,3 milhões de toneladas – 1,09 milhão de toneladas a mais do que no mês passado. O número é resultado de um incremento na projeção da segunda safra do grão, cultivada no inverno, e que subiu para 46,1 milhões de toneladas, contra 45,1 milhões de toneladas. Essa alteração no quadro do cereal foi responsável pelo aumento na previsão de colheita total de grãos, que foi revisada para cima pela Conab: 187,09 milhões de toneladas. O volume é praticamente o mesmo que o projetado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (Ibge), que também soltou novo levantamento ontem, porém, variação negativa de 0,3% em relação ao número do mês passado.

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