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Safra 2007/08

Concentração da colheita será desafio na exportação de grãos

Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas (Foto: Arquivo Gazeta do Povo)

Na última semana, as chuvas que caíram em boa parte do Paraná acionaram o gatilho do plantio das culturas de verão. Mas a semeadura ocorre com bastante atraso, principalmente no caso do milho, que poderia ser plantado desde agosto. Agora, os produtores estão acelerando o trabalho no campo, mas não vão conseguir impedir a concentração da colheita. Em março de 2008, o milho e a soja vão disputar as colheitadeiras agrícolas e vão exigir um bom planejamento das cooperativas e da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) para que não ocorra um caos no escoamento.

Geralmente, o milho começa a ser colhido no Paraná a partir de janeiro, e a soja, em março. Foi o que ocorreu em 2007, mas mesmo assim, houve concentração nas exportações de grãos (milho, soja em grão e farelo) em março. Este mês foi o que registrou o maior movimento no ano, com 1,8 milhão de toneladas exportadas. A maior parte disso (50%) era de soja em grão; 36% foram de farelo de soja; e apenas 14% de milho. Em abril, as exportações dos três produtos por Paranaguá atingiram a marca de 1,6 milhão de toneladas. Nesse mês, o milho teve destaque: 578,6 mil toneladas (36%). Os embarques continuaram aquecidos durante os meses seguintes, mas sempre com alternância entre o milho e a soja como produto com maior movimentação.

A concentração da colheita é vista com preocupação pelos produtores e entidades do agronegócio, mas não deve causar grandes problemas logísticos. Essa é a avaliação do gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra. "Podem ocorrer picos de movimentação, mas nada alarmante." Ele diz que os armazéns estarão disponíveis para receber uma grande quantidade de grãos. As cooperativas do Paraná, segundo Turra, estão fazendo investimentos de R$ 230 milhões ao longo deste ano, principalmente em novas estruturas de armazenagem. "Acho que o produtor vai conseguir administrar isso, desde que ele tenha máquinas para fazer a colheita das duas lavouras."

Além da possibilidade de faltar colheitadeiras, outra preocupação é o clima. "O fenômeno La Niña vai durar até o próximo abril, podendo ocorrer estiagem. O produtor já ficou prejudicado, porque não pode fazer o escalonamento do plantio, que reduz possíveis perdas decorrentes do clima", diz Turra. Mesmo assim, as expectativas com a safra em curso são muito boas. A estimativa da Expedição Caminhos do Campo é que sejam produzidas 12 milhões de toneladas de soja e 8,9 milhões de toneladas de milho. Na safra anterior foram 11,96 e 8,7 milhões de toneladas, respectivamente.

Porto

A Appa diz que está preparada para escoar a produção de grãos do Paraná e de outros estados. De acordo com o chefe do departamento de operações da Appa, Cláuber Candian, a movimentação em 2007 está sendo recorde e não houve filas de caminhões no pátio de triagem. "Em 2001, passaram 36 mil caminhões pelo pátio de triagem, com formação de filas quilométricas. Em um único mês, março deste ano, 42 mil caminhões passaram por lá, e não tivemos nada de filas", afirma. Segundo ele, há uma tendência cada vez maior de não haver entressafra, pelo menos no que se refere ao porto. "Já está acontecendo, as exportações ocorrem ao longo do ano, não mais em período específico."

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