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Concessão de crédito cai, mesmo após estímulos

As medidas de estímulo ao crédito anunciadas pelo Banco Central nos últimos dois meses ainda não tiveram efeito sobre os financiamentos com crédito livre, em que as taxas não são reguladas pelo governo. Em agosto, essas concessões recuaram 2,2% na comparação com julho. Para as pessoas físicas, a concessão de empréstimos caiu 3,7% no mês passado, e para pessoas jurídicas, teve redução de 0,4%, mostraram números do BC divulgados ontem.

Desde julho, para ampliar a oferta de crédito no país e aquecer a economia, o governo liberou recursos que os bancos são obrigados a manter depositados no BC e também afrouxou controles para a concessão de empréstimos e normas voltadas para o financiamento de imóveis e veículos. No mês passado, o financiamento dos veículos, um dos principais focos das medidas, teve retração de 2,8%. Os bancos emprestaram R$ 7,6 bilhões para esse fim, ante R$ 7,8 bilhões em julho.

O estoque total de crédito concedido pelos bancos para a compra de automóveis recuou pelo sétimo mês consecutivo, em 2,8%. O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que as medidas de estímulo ao crédito devem levar cerca de seis meses para surtir efeito mais expressivo.

"Os impactos das medidas são modestos e têm efeito mais a médio prazo, principalmente nas modalidades de mais longo prazo, como aquisição de veículos", afirmou.

Para o ano, o BC manteve sua projeção de ampliação de 12% do estoque de crédito no país, a mesma estimativa de antes do anúncio do pacote de medidas.

Juros

Em agosto, o juro médio do crédito livre à pessoa física interrompeu sequência de sete meses consecutivos de alta. A taxa caiu 0,1 ponto porcentual em agosto em comparação com julho, fechando em 43,1% ao ano. Para as empresas, o recuo foi de 0,3 ponto, para 22,8% ao ano.

Maciel, do BC, afirmou que os juros estão oscilando no mesmo patamar desde a interrupção do ciclo de alta da Selic, no fim de maio. Naquele mês, a taxa básica de juros foi mantida em 11% ao ano. Em agosto, a inadimplência média continuou estável, em 5%.

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