Um acordo entre sindicato e concessionárias de automóveis do Paraná poderá levar ao fechamento das lojas nos dois primeiros domingos de cada mês. Para os donos de concessionárias, não deverá haver queda nas vendas, já que quem quiser comprar carro vai optar pelo sábado. O acordo visa principalmente redução nos gastos com pessoal.
A discussão das concessionárias traz à tona a questão: vale a pena para o comércio abrir as portas aos domingos? O presidente da Federação do Comércio do estado (Fecomércio), Darci Piana, acredita que a idéia só é boa para os segmentos que fazem acordos com os sindicatos trabalhistas para reduzir o custo da hora extra nos fins de semana. "As pequenas lojas, que são as que mais empregam, têm dificuldades em fazer estes acordos", afirmou à reportagem do jornal Gazeta do Povo.
Em alguns casos, a decisão também depende da demanda criada. Nas lojas de móveis de Santa Felicidade, por exemplo, o domingo é um dos dias com mais movimento, em virtude dos restaurantes italianos que atraem os consumidores.
Já os postos de combustíveis, que até 1990 eram proibidos de abrir aos domingos e mesmo de vender gasolina aos sábados, só têm hoje a obrigação de abrir das 8h às 20h. Fora desse horário, o funcionamento é facultativo. O presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese, vê com bons olhos os estabelecimentos que agregam serviços ao abastecimento de automóveis. "É o caso da loja de conveniência. Ela justifica que o posto abra as portas no final de semana. Nos outros dias, você acaba concorrendo com todo o comércio. Nos domingos é uma opção de compra para o consumidor", justificou.
Nos supermercados, o domingo é o segundo dia mais movimentado da semana perde apenas para o sábado. Nestes estabelecimentos, não há descanso nem mesmo na maioria dos feriados. Um acordo trabalhista prevê que os funcionários têm direito somente a quatro folgas por ano: Natal, 1.º de Janeiro, Páscoa e 1.º de Maio. Eles trabalham em um dia que, para muitos, é dia de lazer.