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Automóveis

Concessionárias tentam atrair clientes antes do fim do desconto no IPI

José Luiz com a esposa Tereza e a cunhada Sofia: descontos deram à família o primeiro carro | Walter Alves/ Gazeta do Povo
José Luiz com a esposa Tereza e a cunhada Sofia: descontos deram à família o primeiro carro (Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo)

As notícias sobre a possível prorrogação do desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) esfriaram um pouco as expectativas de montadoras e concessionárias, que realizaram feirões no fim de semana. O benefício, em vigor desde 21 de maio, termina na sexta-feira – ao menos em tese, já que o próprio governo já deu indícios de que deve prorrogar o regime.

Mesmo assim, os números apontam crescimento nas vendas tanto em relação ao mesmo período de 2011 quanto em relação à média dos primeiros meses do ano. Esse aumento foi movido por pessoas como a professora Vera do Rocio Lopes Correa, de 63 anos, que já estava planejando trocar de carro e não quis arriscar – comprou um Citroën C3 ontem. "Com o desconto, o carro coube no orçamento, fiquei com medo de perder o benefício", conta. Na revenda Granville, onde Vera efetuou a compra, o diretor Pedro Colares estima um volume de vendas 30% maior em relação aos primeiros meses do ano. O operador de manufatura José Luiz Américo, de 32 anos, nem estava planejando comprar um carro, mas visitando o feirão que aconteceu no estacionamento do Carrefour Champagnat, saiu com um Celta, seu primeiro carro, por conta do desconto e taxas mais baratas de financiamento.

Neste fim de semana, o grupo Corujão, que reúne quatro concessionárias Volkswagem em Curitiba, vendeu 140 carros nas lojas e no feirão, de acordo com dados do gerente geral do grupo, Alfredo Chaerke. Em um fim de semana normal – sem promoções – esse número fica em torno de 60. O desconto do IPI entre maio e agosto foi reduzido de 37% para 30% para carros 1.0 e de 41%-43% para 35,5%-36,5% para carros 1.6 e 2.0 – com isso, um carro como o Fox 1.0, um dos mais vendidos da Volswagem, custa R$ 34.400 invés dos R$ 37.600 que custariam sem o benefício.

Prorrogação

Helmuth Altheim, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-PR) e do Sindicato dos Concessionários e Distri­buidores de Veículos no Estado do Paraná (Sincodiv), diz que o terreno ainda é incerto quanto ao adiamento do término da redução do IPI. "Para nós, seria ótimo se a medida permanecesse assim por mais alguns meses porque o período de maio a agosto foi bom para a indústria, nos recuperamos dos números não tão positivos de 2011 e início de 2012", diz.

A estimativa dele é de que a média de vendas de automóveis no estado até 31 de agosto seja cerca de 20% maior do que no mesmo período do ano passado. Os dados oficiais de julho da Fenabrave e Sincodiv indicam aumento de 22,77% nas vendas em comparação com o mesmo mês de 2011. Durante esta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai se reunir em Brasília com representantes dos segmentos da indústria contemplados com o benefício nestes últimos meses para deliberar e bater o martelo quanto ao fim do incentivo ou prorrogação por mais dois meses.

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