Cronograma
Demora no leilão atrasa novas obras
A ideia inicial do governo federal era licitar os três aeroportos em 22 de dezembro do ano passado. Como houve atraso no cronograma provocado, por exemplo, pelas alterações no edital para atender às recomendações do TCU , o leilão foi adiado para fevereiro.
A mudança na data já faz com que algumas obras sejam postergadas. O segundo terminal de passageiros do Aeroporto de Guarulhos, que será construído no galpão da Transbrasil, terá de aguardar até fevereiro para ser iniciado se o governo realizasse uma licitação agora, demoraria, pelo menos, três meses para que o empreendimento começasse a sair do papel. Com isso, o governo não quis arcar com esse investimento, que será feito pelo vencedor do leilão.
O governo federal terá de fazer um aporte adicional de R$ 403 milhões nas empresas que serão constituídas após a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília para garantir a participação acionária de 49% no negócio. O leilão está marcado para 6 de fevereiro.
A previsão inicial da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) era de entrar com R$ 195,8 milhões. Porém, as alterações no edital de leilão dos aeroportos após avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) fizeram com que o desembolso previsto saltasse para R$ 598,8 milhões. O aumento do aporte da Infraero será necessário porque o TCU elevou em mais de três vezes o capital social mínimo, ou seja, o montante necessário para se constituir e iniciar as atividades da nova empresa enquanto ela não tiver recursos suficientes para se sustentar.
Na minuta do edital de concessão, o capital mínimo exigido para os três aeroportos era de R$ 399,6 milhões. Esse valor, no entanto, teve uma alta de mais de 200%, atingindo R$ 1,2 bilhão. No caso de Guarulhos, passou de R$ 191,5 milhões para R$ 543,3 milhões. A situação se repete em Viracopos, cujo montante subiu de R$ 125,97 milhões para R$ 435,5 milhões; e em Brasília, de R$ 82,1 milhões para R$ 243,25 milhões. Uma fonte do governo avalia que o TCU quer impedir a entrada de empresas "aventureiras" no negócio.
Por exigência dos editais de concessão, os três aeroportos terão de ser operados por sócios estrangeiros. Os grupos privados que forem disputar o leilão terão de contar com um operador com pelo menos cinco anos de experiência em aeroportos com trânsito de mais de 5 milhões de passageiros por ano.
Além da mudança no capital social do futuro concessionário, o TCU também determinou outras alterações. O preço mínimo do leilão praticamente dobrou. O valor total dos três aeroportos passou de R$ 2,9 bilhões para R$ 5,5 bilhões. O lance mínimo para o leilão do Aeroporto de Guarulhos, por exemplo, passou de R$ 2,3 bilhões para R$ 3,4 bilhões. O governo aposta que haverá competição pelos aeroportos, o que deve garantir um preço final das outorgas acima dos valores fixados nos editais.
A elevação do preço mínimo foi baseada na revisão dos valores de investimentos a serem feitos pelos futuros concessionários, que foram reduzidos, em média, em 25%. Agora estão previstas aplicações de R$ 16,2 bilhões para o período de concessão que varia de 20 a 30 anos, sendo R$ 4,7 bilhões em Guarulhos, R$ 8,7 bilhões em Viracopos e R$ 2,8 bilhões em Brasília.
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