Fronteira
Fiscalização é deficiente
Após a aprovação da suspensão da vacinação pelo Conesa, a Gazeta do Povo mostrou em reportagens do caderno Caminhos do Campo como é frágil o controle sobre o trânsito de animais na fronteira com o Paraguai e a Argentina. Concentrada em Foz do Iguaçu, a fiscalização tem estrutura deficiente. A barreira antiaftosa que existe atualmente depende de monitoramento extra nas propriedades próximas aos países vizinhos após cada campanha de vacinação.
O Paraná planeja ativar dois postos de vigilância sanitária na fronteira com a Argentina e mais dois na divisa com São Paulo, reforçando os 31 existentes nos 2.120 quilômetros de divisas. Para lotar os quatro novos postos e reforçar as equipes que trabalham nos demais, conforme avaliação discutida nas reuniões do Conesa, é necessário que a Secretaria da Agricultura contrate 40 veterinários e 300 técnicos. A contratação de profissionais aprovados em concurso público vem ocorrendo de forma mais lenta que o esperado, problema que, segundo o governo, ocorre por questões burocráticas. (JR)
O Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) reúne-se nesta segunda-feira em Curitiba para definir se o Paraná vai ou não suspender a vacinação contra a febre aftosa em novembro. A suspensão foi aprovada em 1.º de março, mas o estado ainda não conseguiu cumprir todas as providências necessárias para ampliar a vigilância nas divisas e fronteiras. Na última reunião do Conesa, há um mês, ficou definido que, se a contratação de pessoal e as obras em postos de fiscalização não fossem aceleradas, a vacinação seria mantida.
"Ainda não há como suspender a vacinação. É preciso que as barreiras sejam equipadas, reestruturadas", afirma o representante da Federação da Agricultura (Faep), Celso Fernando Doliveira. A Faep se declara a favor da suspensão, mas não faz questão que isso ocorra neste ano.
Apesar de boa parte dos integrantes do Conesa darem a manutenção da vacinação como certa, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha, que é presidente do conselho, não quis falar sobre o assunto na última semana. Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria, informou que só deve se posicionar publicamente após a reunião desta segunda-feira.
O estado vai precisar distribuir 10 milhões de vacinas se a campanha de novembro for confirmada. O setor pecuário e a indústria esperam uma definição imediata para ganharem tempo para o planejamento da próxima campanha.
Em maio, houve falta de medicamento e a vacinação teve de ser prorrogada por 12 dias. Apenas os animais de até 24 meses tinham de ser vacinados. Na campanha de novembro, normalmente os pecuaristas são orientados a imunizar 100% dos bovinos, tarefa que custa pelo menos R$ 10 milhões ao setor.
O secretário-executivo do Conesa, Aurelino Menarim, afirma que o estado segue buscando reconhecimento de área livre da aftosa sem vacinação. "Isso não tem data estipulada para ser cumprido. Recuar, nunca mais", sustenta. Ele considera que a estruturação de conselhos de sanidade animal nos 399 municípios do estado vai dar a segurança que o setor precisa para deixar de aplicar vacina e, assim, ganhar pontos no mercado internacional da carne.
Antes mesmo de o estado reforçar sua estrutura de vigilância para, então, solicitar auditoria federal, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que o Paraná e o Rio Grande do Sul vão continuar vacinando o gado. Em todo o país, apenas Santa Catarina é reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como área livre da doença sem vacinação. Conforme os registros do Mapa, o Rio Grande do Sul não registra aftosa há dez anos e o Paraná há cinco. Em 2005, o estado sacrificou 6.781 cabeças de gado por causa do vírus da aftosa. Rossi defendeu que a vacinação seja suspensa somente quando houver "absoluta segurança" sanitária.
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