A confecção de carteiras de trabalho foi suspensa em Curitiba nesta quinta-feira (6). Até quarta-feira (5), mesmo com a greve dos servidores do Ministério do Trabalho, era possível dar entrada no documento nas nove Ruas da Cidadania de Curitiba e as carteiras eram produzidas por oito funcionários da Secretaria Municipal do Trabalho que estavam trabalhando dentro da sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no Centro de Curitiba. Nesta manhã, os grevistas ocuparam o local, impedindo que o trabalho continuasse.

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Agora, a população apenas pode dar entrada no protocolo para a carteira de trabalho nas Ruas da Cidadania. "Não queremos que funcionários terceirizados atuem na Superintendência Regional do Trabalho. Uma de nossas reivindicações é de que o Ministério do Trabalho tenha um número maior de servidores", afirmou Gilberto Félix, membro do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindiprevs). Segundo Félix, apenas 50% dos servidores aderiram à greve e os que continuaram trabalhando deveriam assumir a emissão das carteiras, mas não houve essa realocação.

De acordo com o Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Alvir Pereira de Lima Júnior, o trabalho foi suspenso nesta quinta-feira por causa da manifestação do movimento grevista, mas será retomado em breve. Apesar disso, não havia definição da data em que o serviço voltará a ser feito pelos funcionários da prefeitura, segundo Lima Júnior. Segundo ele, não é possível fazer remanejamento dos servidores que estão trabalhando.

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O Superintende da Secretaria Municipal do Trabalho, Paulo Rossi, confirmou que existe um acordo entre a prefeitura e o Ministério do Trabalho para que funcionários da prefeitura possam trabalhar na SRTE. Já o Comando de Greve afirmou que essa terceirização é proibida por uma determinação do Ministério do Trabalho e Emprego e que os funcionários da prefeitura serão impedidos de retomar a atividade na SRTE.

Segundo Rossi, entre 400 e 450 pessoas por dia dão entrada no protocolo para a carteira de trabalho nas nove ruas da cidadania da capital.

70 dias

Uma das principais reivindicações dos grevistas é a criação de um plano de carreira específico para os servidores do MTE, para que haja equiparação salarial com os trabalhadores do INSS.

Os servidores também querem melhorias nas condições de trabalho e jornada de trabalho de 12 horas, em dois turnos de seis horas.

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Essa é a segunda greve dos servidores do Ministério do Trabalho em um período de seis meses. A primeira greve começou em 5 de novembro de 2009 e foi encerrada em 15 de dezembro de 2009.. Somando-se o período da primeira greve com os dias parados nessa greve são 70 dias de greve. Os grevistas fizeram uma manifestação nesta quinta-feira, em frente ao prédio da SRT, para lembrar a data.

De acordo com o Sindiprevs, o Ministério do Planejamento e o Ministério do Trabalho começaram a discussão sobre a carreira específica para a categoria, mas não houve avanços. Por isso, uma nova greve teve início em 5 de abril. Não há previsão para que o movimento grevista termine, pois não houve acordo entre os servidores e o Ministério do Trabalho, segundo o Sindprevs.