O Índice de Confiança da Construção (ICST) registrou queda de 4,7% em julho sobre junho após mostrar estabilidade no mês anterior, alcançando o menor nível da histórica iniciada em julho de 2010.
O índice atingiu 70,2 pontos, contra 73,7 pontos em junho, quando havia mostrado ganho de 0,1%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (28). Em maio, o ICST também havia caído 4,7% por cento, e acumula no ano perda de 26,5%.
“A queda do indicador de confiança não surpreende, na medida em que não ocorreram fatos capazes de alterar o quadro de declínio da atividade no setor observado desde o ano passado... A percepção dominante no setor é de que retração na atividade ainda deve prosseguir”, disse a coordenadora de projetos da construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, em nota.
Segundo ela, 60% das empresas apresenta carteira de contratos abaixo do normal. O resultado de julho é resultado tanto das perdas nas avaliações sobre o estado atual dos negócios quanto das expectativas para os meses seguintes.
O Índice da Situação Atual, apontou a FGV, teve queda de 1,2%, para 56,6 pontos. Já o Índice de Expectativas recuou 7%, a 83,7 pontos, também nova mínima histórica.
A baixa confiança tem sido a tônica da economia fraca e também pelos desdobramentos da operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras envolvendo também grandes empreiteiras.
Pesquisa Focus do BC aponta que a expectativa é de contração do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 1,76%, o que seria a primeira queda desde 2009 e o pior resultado para a atividade em 25 anos.
A FGV informou ainda nesta terça-feira que o Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 2,9% em julho, também atingindo nova mínima histórica.
Por outro lado, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), um dos setores que mais vêm pesando sobre a economia nacional, interrompendo série de cinco quedas seguidas e subiu 1,5% em julho, segundo dados divulgados na segunda-feira.