A confiança do empresário alemão subiu fortemente em dezembro, contrariando expectativas de declínio e ressaltando a resiliência da maior economia da Europa em meio à crise de dívida soberana que minou o crescimento em outros membros da zona do euro.
O instituto de pesquisa econômica Ifo, sediado em Munique, disse nesta terça-feira que seu índice de clima de negócios, baseado numa pesquisa com cerca de sete mil empresas, subiu para 107,2 em dezembro, contra 106,6 em novembro, na maior alta mensal desde fevereiro.
Economistas consultados pela Reuters previam queda a 106,1. Foi a segunda alta consecutiva após o ganho surpreendente de novembro.
"A economia alemã parece estar com êxito contendo o declínio na Europa Ocidental. Isso é um bom sinal para o Natal", disse em comunicado o presidente do Ifo Hans-Werner Sinn.
O componente de expectativas empresariais do Ifo mostrou-se particularmente forte, subindo para 98,4 ante leitura anterior de 97,3, maior alta mensal desde julho de 2010 e bem acima das espectativas, de 97,0.
Os dados surpreendentemente fortes respaldaram números do instituto GfK divulgados mais cedo nesta terça-feira, que mostraram que a confiança do consumidor alemão ficou estável ao aproximar-se de janeiro, contrariando expectativas de queda, devido a uma melhora nas perspectivas para renda e nas avaliações sobre a economia.
A demanda doméstica ajudou a economia da Alemanha a crescer 0,5 por cento no terceiro trimestre, mas a confiança do investidor azedou, alimentando expectativas de uma forte desaceleração no próximo ano.
As preocupações foram ressaltadas no início deste mês, quando uma pesquisa mostrou que o setor manufatureiro do país contraiu-se pelo terceiro mês seguido em dezembro, e o instituto Ifo cortou a 0,4 por cento a previsão de crescimento econômico em 2012.
Muitos economistas esperam ao menos um trimestre de contração na Alemanha, conforme a demanda global cai e a crise de dívida da região afeta importantes mercados exportadores vizinhos.
Analistas reagiram aos dados do Ifo com cautela.
"Veja que a atual média de três meses para o índice combinado do Ifo mostra um nível levemente mais baixo do que entre julho e setembro, o que indica um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) um pouco mais fraco no quarto trimestre", disse o economista do Helaba Viola Stork.
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