Barreira
Falta de demanda preocupa indústria
O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, responsável pela Sondagem Industrial divulgada ontem, afirmou que o setor está se preocupando mais com a falta de demanda. "A falta de demanda se tornou o segundo principal problema da indústria, só perdendo para a carga tributária", comparou.
Segundo ele, isto está elevando o nível de estoques das empresas em especial as grandes companhias. "Houve um acirramento, mesmo com a produção caindo em junho. Os estoques ficaram acima do planejado", disse.
A CNI não conseguiu medir o "efeito Copa" sobre o recuo da produção apontada pela Sondagem, mas a entidade avalia que o número de empregados da indústria "deve continuar caindo" nos próximos meses. A produção industrial ficou em 39,6 pontos em junho, contra 48,4 pontos em maio e 46 pontos no mesmo mês de 2013. O patamar é o menor desde 2010.
"A confiança pode mudar ainda este ano. Agora, dificilmente a produtividade vai responder rápido, principalmente porque agora você começou a perder emprego", considerou o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
A confiança dos empresários brasileiros registrou a quarta queda consecutiva em julho e atingiu o pior resultado em 15 anos, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) ficou em 46,4 pontos em julho, o menor da série histórica, que tem início em 1999. O resultado abaixo da linha dos 50 pontos indica desconfiança dos executivos consultados os indicadores variam de 0 a 100.
O pessimismo dos empresários é grande e está disseminado entre as diferentes áreas da indústria, segundo o economista da CNI Marcelo Azevedo. "O resultado é pior que momentos de crise aguda, como crise cambial ou crise financeira", lembrou. O índice indica o pessimismo dos empresários com relação ao momento atual e aos próximos meses. O economista avalia que o índice continua em tendência de queda.
O resultado de julho mostra uma retração de 1,1 ponto na comparação com o mês anterior. Na comparação com julho do ano passado, a queda foi de 3,5 pontos.
A CNI informou que não é possível avaliar se as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff para a indústria, como a desoneração permanente da folha de pagamentos, tiveram impacto nas respostas dos empresários. O levantamento, entretanto, foi feito entre 1.º e 11 de julho, depois dos anúncios.
Setores
A indústria de transformação mostrou índice de 45,6 pontos e a de construção civil, de 47,7 pontos. A indústria extrativa ficou com 50 pontos, exatamente na linha entre a confiança e a falta de confiança.
No setor de transformação, das 28 áreas pesquisadas, apenas três se mostraram confiantes: bebidas, farmacêuticos e manutenção e reparação.
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