Já pensou em usar o FGTS para acertar as contas? A Câmara dos Deputados tem um projeto que libera o FGTS para casos extremos.

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Com mais de R$ 100 mil em dívidas, Raimundo teve que mudar alguns hábitos. "Você passa a consumir coisas de segunda categoria, corta viagem, corta um barzinho que a gente gosta", diz Raimundo Nonato Souza, representante comercial.Ele conta que a negociação com todos os credores levou três anos. Agora, finalmente, o nome está limpo. "Sossegado, mais pé no chão", garante.

Milhões de brasileiros tentam quitar suas dívidas. Muitos têm um bom dinheiro no fundo de garantia por tempo de serviço. Um projeto na câmara autoriza o uso do FGTS para os trabalhadores endividados.Só poderia fazer isso quem tivesse 30% ou mais do salário bruto comprometido com empréstimos e financiamentos e com o nome sujo na praça há pelo menos seis meses.O limite de retirada seria de 40% e o dinheiro iria direto da Caixa Econômica para os credores.

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Um dos argumentos do projeto é que o rendimento do fundo fica muito abaixo dos juros de mercado.

Hoje, o FGTS pode ser sacado, por exemplo, quando o trabalhador é demitido sem justa causa, na aposentadoria, quando o titular da conta ou algum dependente tem doença grave como AIDS ou câncer e para comprar a casa própria ou abater parcelas do financiamento.

O ministro do Trabalho é contra a ampliação do uso desse dinheiro, mas reconhece que é preciso melhorar a remuneração do FGTS. "Tem que se ter muito cuidado. Eu acho que tem as exceções previstas em lei, eu acho que elas já são boas, agora a remuneração é algo que vamos ter que enfrentar", diz Carlos Lupi.