Os encarregados das negociações orçamentárias no Congresso dos Estados Unidos chegaram nesta terça-feira (10) a um acordo preliminar para financiar a Administração Federal além do dia 15 de janeiro e evitar assim uma nova paralisação por falta de fundos como a do último mês de outubro.
O legislador republicano Paul Ryan e a senadora democrata Patty Murray, que lideraram as negociações, anunciaram em entrevista coletiva os detalhes do acordo, que também revoga parcialmente para os anos fiscais 2014 e 2015 os abruptos cortes do gasto público que entraram em vigor em março.
O pacto, que abrange os próximos dois anos, deve facilitar o trabalho do Congresso, que decidirá sobre os gastos públicos em janeiro. O acordo estabelece limites para 2014 e 2015, encerrando um ciclo de decisões de curto prazo, que vinham sendo tomadas nos últimos meses. A proposta fixa o limite de gastos para este ano em US$ 1,01 trilhão (frente aos US$ 967 bilhões definidos em um acordo de 2011). O plano reduziria o déficit orçamentário americano em US$ 23 bilhões.
O entendimento pode marcar uma trégua entre os rivais, desde que os republicanos passaram a controlar a Câmara dos Deputados, em 2011, causando tensão nas decisões sobre elevação do teto da dívida. Na mais recente, o partido de oposição tentou atrelar a aprovação do aumento do limite à concessões no programa de saúde do governo, conhecido como Obamacare, criticado pelos republicanos.
A trégua foi elogiada por ambos os partidos. "Vejo este acordo com um passo na direção certa. Em governos divididos, você não consegue sempre o que queria. Isto posto, ainda podemos fazer avanços em direção a nossos objetivos", disse Paul Ryan.
Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Barack Obama classificou o acordo como um "bom primeiro passo" nas negociações de longo prazo do orçamento americano. "Este acordo não inclui tudo que eu gostaria - e sei que muitos republicanos se sentem da mesma forma. Esta é a natureza do compromisso. Mas é um bom sinal que democratas e republicanos no Congresso tenham conseguido se unir e quebrar o ciclo de decisões com visão de curto prazo, movidas por crises", disse o presidente americano.
O texto deve ser votado na Câmara ainda esta semana e ir ao Senado até o fim do mês.