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EUA

Congresso dos EUA fecha acordo para o polêmico "Buy American"

Congressistas nos EUA chegaram a um acordo para aprovar os polêmicos artigos de incentivo à compra de produtos norte-americanos dentro do enorme pacote de estímulo econômico nos EUA, disse um parlamentar democrata na quarta-feira.

Canadá, União Europeia e Japão elogiaram na semana passada o abrandamento das regras apelidadas de "Buy American", uma orientação do presidente Barack Obama para não criar uma guerra comercial com outros países.

Mas países como China, Índia, Brasil e Rússia continuam incomodados com o atual plano de obras públicas dos EUA, incluído no pacote de 789 bilhões de dólares (que inclui gastos governamentais e renúncias fiscais, ambos para estimular a economia em recessão).

Na versão aprovada no Senado, todas as obras públicas do pacote seriam obrigadas a usar ferro, aço e outros produtos de fabricação norte-americana. A versão da Câmara falava apenas em ferro e aço, mas não incluía uma emenda, acrescentada na semana passada no Senado, que exigia que a regra fosse adotada de maneira consistente com as obrigações internacionais dos EUA.

O líder democrata na Câmara, Steny Hoyer, disse a jornalistas que a nova versão "foi modificada em grande medida de acordo com a linha do Senado". Ainda não foram divulgados mais detalhes do pacote resultante.

As siderúrgicas dos EUA, muito afetadas pela redução da demanda num ambiente de recessão, defendiam mais ênfase na regra "Buy American" como forma de criar empregos no setor.

A versão modificada dá ao Canadá, à União Europeia, ao Japão e a uma curta lista de outros parceiros alguma garantia de que eles poderão participar das obras públicas a serem criadas pelo pacote.

Outros países, que não tem acordos sobre compras públicas com os EUA, não terão esse acesso ampliado. Entre eles estão China, Índia, Brasil e Rússia.

O jornal International Business Daily, editado em chinês pelo Ministério de Comércio de Pequim, disse que o "Buy American" havia atraído forte oposição internacional.

"Antes que Obama pegue a caneta para assinar isso, deve pesar seriamente que 'comprar bens nacionais' pode 'provocar uma calamidade nacional'", disse o texto.

Autoridades japonesas disseram que, embora o país não seja afetado, outros serão, e isso pode ser um indício de protecionismo nos EUA.

A Câmara de Comércio dos EUA e muitos outros grupos também foram contra a regra, alegando que ela iria aumentar os custos das obras públicas e estimular outros países a adotarem medidas que fechem suas portas a produtos norte-americanos.

Na quarta-feira, a União Europeia fez um apelo de última hora ao Congresso dos EUA para que dê mais garantias de que empresas da UE não serão prejudicadas pelo "Buy American".

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