Com a aproximação do fim do prazo limite de segunda-feira à meia-noite para evitar uma paralisação do governo federal, o edifício do Congresso dos Estados Unidos estava estranhamente calmo neste domingo, com salas trancadas, parlamentares inacessíveis e os dois partidos esperando que o outro dê algum sinal.
Os democratas do Senado dos EUA decidiram não aceitar a medida aprovada neste domingo pela maioria republicana da Câmara dos Deputados, que adia em um ano a lei de saúde do presidente Barack Obama, o "Obamacare".
Após um dia de debates acalorados e acusações no sábado, a Câmara também revogou um imposto que poderia gerar cerca de 30 bilhões de dólares em mais de dez anos para ajudar a financiar o programa de saúde de Obama.
Em um sinal de que os parlamentares estariam inclinados à paralisação, a Câmara de Representantes aprovou, por unanimidade, um projeto de lei para manter o pagamento de soldados norte-americanos caso o governo fique sem recursos no início do novo ano fiscal, em outubro.
Enquanto agências federais ficam a um passo de fechar suas portas, o impasse é um prenúncio da próxima grande batalha política: um projeto de lei para elevar a capacidade de endividamento do governo.
O fracasso em elevar o teto da dívida até o meio de outubro poderia levar o país a deixar de pagar algumas de suas obrigações, podendo lesar a economia dos EUA e afetar a economia mundial.
O Senado, que se reúne na próxima segunda-feira, vai manobrar para retirar as emendas que atrasam o "Obamacare" e enviar e volta uma lei de financiamento "limpa", conhecida como resolução contínua, ou CR (na sigla em inglês), que ganhou aprovação pelo Senado na semana passada. Esse projeto mantém o governo financiado até 15 de novembro.
"Não há 'pingue-pongue'. Os republicanos da Câmara precisam apenas decidir se aprovam nosso CR ou paralisam o governo", disse um assessor de um senador democrata neste domingo.
Ainda assim, nenhum dos lados quer ser o último a dar o voto que resultaria em uma paralisação, preocupação que transformou a medida em uma "batata-quente" entre as duas Casas. Pesquisas mostram que a população norte-americana está cansada de confrontos políticos e é contrária a uma paralisação.
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