Financeira que oferece consignado, no Centro de Curitiba| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Alerta

Alguns cuidados devem ser adotados em todas as operações bancárias. Essas mesmas precauções servem para a contratação de um empréstimo consignado. Veja como se proteger nas dicas abaixo, fornecidas pelo Banco Central:

• Não forneça o cartão magnético ou senha do banco a terceiros;

• Não é prudente contratar empréstimos sem pesquisar as taxas de juros e condições oferecidas por outras instituições;

• É fundamental saber se a instituição financeira está autorizada a funcionar pelo Banco Central e se a ela está conveniada com o INSS (se não estiver, não pode fazer o desconto em folha);

• Não aceite a intermediação de pessoas com promessas de acelerar o crédito;

• Evite tomar empréstimos em seu nome para outras pessoas, mesmo que sejam parentes;

• O interessado em contratar um empréstimo consignado deve lembrar que esse tipo de operação representa dívidas que poderão afetar a administração da renda pessoal e familiar futura, em razão do comprometimento mensal dos benefícios com o pagamento do empréstimo.

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Parcelamento pode ser de até cinco anos

O empréstimo liderou os contratos de fevereiro, totalizando R$ 2,967 bilhões em 1,362 milhão de operações. Já as operações com cartão estão em queda. Na comparação anual, houve retração de 65,15% no valor das operações, para R$ 1,595 milhão em apenas 2.811 contratos.

De acordo com dados do INSS, a maior parte dos empréstimos (87,36%) foi parcelada de 49 a 60 meses. Do total de operações, 37,29% foram de segurados de 60 a 69 anos. A faixa etária de 50 a 59 anos fez 22,56% dos empréstimos, e a de 70 a 79 anos, 23,32%.

As regras para o crédito consignado limitam os juros em 2,34% ao mês, para o empréstimo, e em 3,36% ao mês, para o cartão consignado (quando é concedido por meio de cartão de crédito, com limite igual ao porcentual do benefício que o beneficiário pode assumir, a chamada "margem consignável").

A taxa máxima corresponde ao custo efetivo total, que inclui todas as tarifas cobradas do cliente. Além disso, as regras exigem que as parcelas sejam limitadas a até 30% da remuneração líquida do segurado, no caso do empréstimo, ou 20%, no caso do cartão.

O valor emprestado em crédito consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) teve um crescimento de 29,73% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado. Além disso, o total de operações também aumentou, o que mostra que estão sendo realizados mais empréstimos, e de maior valor – um fato que pode causar preocupação a longo prazo.

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Em fevereiro os aposentados e pensionistas tomaram R$ 2,969 bilhões em crédito consignado, contra R$ 2,288 bilhões em fevereiro de 2011. Na comparação com janeiro de 2012 (R$ 2,9 bilhões), o aumento foi menor, de 2,38%, segundo divulgou o INSS. O total de operações teve aumento de 19%, de 1,146 milhão de operações, em fevereiro de 2011, para os 1,365 milhão registrados no mesmo mês deste ano. Na comparação com o mês imediatamente anterior, houve uma redução de 13% na quantidade de contratos.

Mais barato

Os segurados podem tomar o consignado tanto por empréstimo pessoal quanto por meio de cartão de crédito. O crédito consignado com desconto no benefício é uma operação barata para o consumidor, na comparação com outros empréstimos, por oferecer baixo risco de inadimplência para os bancos. Por isso os juros são menores.

Entretanto, o professor de matemática financeira da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Jackson Ciro Sandrini lembra que apesar de os juros serem mais baixos, a médio e longo prazos eles podem trazer endividamento às famílias. "Preocupa porque embora pareça baixo, não é tanto assim. A dívida compromete o orçamento do devedor, porque sai diretamente da folha de pagamento e a pessoa vai ter que viver com o que resta", alerta Sandrini.

De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) a taxa de juros ao mês dos consignados está em torno de 2,29%, enquanto a taxa de empréstimo pessoal de bancos é de 3,84% e de financeiras de 8,26%.

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O professor da UFPR avalia que, se os segurados estão buscando o crédito consignado para trocar dívidas, eles estão fazendo a escolha certa. "É positivo tomar esse empréstimo para pagar dívidas mais caras e também quando ele precisa consumir e faz essa opção, por causa dos juros mais baixos. Agora, se ele está buscando para um consumo que não é urgente, é um fato muito preocupante", pondera.

Inadimplência

O professor do ISAE/FGV Marco Cunha, especialista em finanças, salienta ainda que, como a inadimplência está em alta, as instituições financeiras têm optado por emprestar por meio do crédito consignado, o que explicaria o aumento no valor em fevereiro. "É um empréstimo com garantia, mais seguro para o banco em épocas de inadimplência alta", ressalta.

Cunha destaca, porém, que as famílias precisam se conscientizar para o uso do crédito consignado porque, apesar de ser mais baixo, ele pode trazer riscos no futuro. "O empréstimo deve ser feita de forma responsável e esporádica. É preciso que haja planejamento orçamentário para que a pessoa não se torne uma escrava dos juros", explica o professor.