2013 será um ano particularmente importante para o mundo dos videogames, uma indústria que rivaliza com o cinema em faturamento, movimentando estimados US$ 60 bilhões ao ano. Seis anos após o lançamento do PlayStation 3, a Sony anunciou na última semana a nova geração do console, o PlayStation 4. A expectativa é que a Microsoft também anuncie um novo Xbox nos próximos meses, possivelmente em abril. A Nintendo deu a partida nessa corrida com o lançamento do Wii U, ainda no ano passado, mas até agora o seu console não empolgou. Num cenário de queda de faturamento nos últimos anos e de crescimento dos jogos casuais, muitos gratuitos, para smartphones e tablets, Sony, Microsoft e Nintendo têm muito a provar com seus novos aparelhos.
A última geração de consoles foi sem dúvida um sucesso. Juntas, as três principais fabricantes colocaram seus aparelhos em 225 milhões de lares ao redor do mundo. A Microsoft considera o Xbox o seu maior sucesso desde o lançamento do Windows 95. Mas uma mudança de comportamento do usuário de videogames mostra que o futuro dos consoles não está garantindo. Nos últimos anos, ele deixou de ser um aparelho específico para jogar games e se transformou numa central de mídia. Os assinantes do serviço Xbox Live Gold, por exemplo, gastam mais horas por mês assistindo filmes pelo console do que jogando um jogo. Mas na briga para se tornar o principal aparelho da sala do consumidor, os consoles terão de enfrentar inclusive os fabricantes de televisão.
A maior ameaça, no entanto, vem dos smartphones e tablets. Como diz Chris Kohler, numa matéria da Wired sobre o futuro dos videogames, está diminuindo a diferença entre games para consoles e para celulares. "O smartphone está rapidamente chegando a um estágio em que seu hardware pode exibir jogos em boa definição em 1080p na sua televisão, e não vai demorar muito até que seu telefone e sua TV possam sincronizar sem a necessidade de cabos", escreveu ele.
A questão preço também faz diferença. Enquanto muitos jogos para smartphone e tablet saem de graça ou por um preço baixo, os títulos para consoles não saem por menos de R$ 200 no Brasil.
O coordenador dos cursos de jogos digitais e da pós em jogos digitais do Centro Tecnológico da Universidade Positivo, Rafael Dubiela, também acredita que o smartphone é a grande ameaça aos consoles. "O dispositivo móvel vai ficar tão poderoso que vai se transformar num vídeo game. Já estamos vendo isso acontecer", afirma ele, lembrando do lançamento do Xperia, um smartphone capaz de rodar vários jogos do PlayStation. Dubiela diz, no entanto, que é preciso ter calma antes de declarar o PlayStation 4 será um fracasso. "A Sony é a Sony. Muita gente achava que o PlayStation 3 não iria pegar, que era muito caro, e se tornou um dos maiores fenômenos dos últimos cinco anos."