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“O setor vive um momento excepcional. Se os problemas na economia mundial não afetarem o Brasil e o governo mantiver firmes os compromissos de controle da inflação, o atual ciclo positivo pode se prolongar até 2020.” -Normando Baú, novo presidente do Sinduscon-PR. | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
“O setor vive um momento excepcional. Se os problemas na economia mundial não afetarem o Brasil e o governo mantiver firmes os compromissos de controle da inflação, o atual ciclo positivo pode se prolongar até 2020.” -Normando Baú, novo presidente do Sinduscon-PR.| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

O ciclo de crescimento da construção civil brasileira deve se estender por pelo menos mais cinco anos. As obras de infraestrutura, puxadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o setor de habitação, a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil devem garantir um crescimento contínuo da cadeia do setor, que movimentou R$ 137,3 bilhões no ano passado. E, depois de registrar um avanço próximo de 10% em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção crescerá 9% em 2011.

A avaliação é do novo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no Paraná, Normando Baú, que toma posse hoje em Curitiba. O que significa que construção civil vai crescer o dobro da expansão prevista por analistas para a economia brasileira, de 4,5%, em média.

"O setor vive um momento excepcional. Se os problemas na economia mundial não afetarem o Brasil e o governo mantiver firmes os compromissos de controle da inflação, o atual ciclo positivo pode se prolongar até 2020", afirma.

Engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Baú, de 48 anos, é empresário do setor e trabalha há 31 anos na área. Ele assume o lugar de Hamilton Pinheiro Franck e estará à frente do Sinduscon pelos próximos três anos.

Para Baú, apesar do cenário favorável, o setor terá de enfrentar alguns desafios, como a diminuição da burocracia na concessão de licenças para os projetos e na aprovação de normas técnicas, a falta de mão de obra qualificada e a escassez dos recursos da poupança para financiar o setor imobiliário. Estima-se que a capacidade da poupança para bancar a compra da casa própria se esgotará em 2012.

"A solução desse último desafio terá que passar pelo mercado de capitais. A securitização, que permite a emissão de certificados de recebíveis imobiliários, os CRIs, e letras hipotecárias, como uma forma de financiar o setor, é hoje amplamente usada nos demais mercados imobiliários no mundo", diz.

Custos

As construtoras também terão de buscar novas tecnologias que permitam imprimir mais produtividade e velocidade às obras. Além disso, o mercado aquecido exigirá mais planejamento por parte das empresas. "Hoje não há capacidade ociosa nos fornecedores de material de construção, que vêm investindo para dar conta da demanda. Não está faltando, mas também não está sobrando produto, o que requer programação", acrescenta.

A crescente pressão de custos de terrenos e de mão de obra, que já impactam nos preços dos imóveis, permanecem como desafios para os próximos anos. Baú considera que o setor de habitação popular deve continuar forte, graças à segunda etapa do programa Minha Casa, Minha Vida.

Com metas mais ambiciosas – de construir mais 2 milhões de moradias, o dobro da primeira fase – o Minha Casa, Minha Vida 2 terá, segundo Baú, que sofrer alguns ajustes, como a correção de valores dos empreendimentos. "Mas o programa foi um marco, sem dúvida nenhuma. O governo entendeu que uma parte significativa da população jamais conseguiria comprar um imóvel sem subsídio."

O Sinduscon-PR representa hoje 550 empresas associadas e tem mil filiadas. O setor gerou 21,8 mil empregos no estado entre janeiro e outubro, 101% mais do que no mesmo período do ano passado.

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