A empresa portuguesa Soares da Costa prevê entrar no setor da construção no Brasil neste ano, através da compra de uma participação minoritária numa empresa, mantendo ainda a prospecção comercial nos países do norte da África e Oriente Médio, disse o presidente-executivo Pedro Gonçalves.
O executivo adiantou que, para mitigar o decréscimo esperado na atividade de construção no mercado português, a construtora vai continuar a apostar na internacionalização da empresa, cujo peso no volume de negócios poderá chegar aos 60% em 2011, contra 57% no ano anterior.
"Este ano podemos entrar na construção no Brasil. A ideia é começarmos com uma participação que pode ser até minoritária, para depois evoluirmos", explicou o executivo à Reuters.
"Continuamos a prospecção comercial no Oriente Médio, com foco para Omã, Catar, Argélia e Marrocos. Olhamos ainda a Arábia Saudita e deixamos cair a Líbia", acrescentou.
Ele realçou que, no mercado doméstico, "não vamos sentir já o decréscimo da produção, devido à obras que temos em curso como a Auto-Estrada Transmontana".
A Soares da Costa prevê atingir em 2011 um volume de negócios de cerca de 1 bilhão de euros, face a 893,5 milhões de euros em 2010, e uma margem Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de aproximadamente 10%.
"A continuação do bom comportamento da atividade nos EUA e em Moçambique. Em Angola, contamos manter o volume de negócios que este ano já foi histórico e, com o contributo da energia, consideramos que os objetivos são alcançáveis no atual contexto difícil", disse Gonçalves na apresentação de resultados.
Em 2010, a construtora registrou um crescimento homólogo do lucro atribuível de 35,9%, para 15,6 milhões de euros, "beneficiando de uma conjugação de fatores, por um lado os sólidos resultados operacionais e, por outro, a mais valia, resultante da venda da participação no Banco Africano de Investimento (BAI).
A dívida líquida cresceu para 741,9 milhões de euros no final de 2010, ante 675,9 milhões de euros no ano anterior.
O executivo afirmou que a desalavancagem e a venda de ativos não estratégicos vai continuar em 2011, não tendo problemas de refinanciamento de dívida.
"Este ano, o que há a vencer são operações de apoio à tesouraria, e os 115 milhões de euros de dívida que vencem nos próximos dois anos não constituem dificuldades à atividade da empresa", explicou Pedro Gonçalves.
Ele frisou que o investimento previsto para 2011 poderá igualar ou superar os 48 milhões de euros registrados em 2009.
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