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Habitação

Construtoras menores ficam sem alternativa

Para amenizar as perdas causadas pelo atraso, grandes construtoras que se dedicam à baixa renda estão diversificando o portfólio e antecipando lançamentos de imóveis mais sofisticados. É o caso da Direcional Engenharia, empresa mineira que concentrou 30% dos empreendimentos no ano passado no chamado "segmento de zero a três". "O último contrato que assinamos foi em dezembro", diz o presidente da construtora, Ricardo Valadares. Em 2011, ele espera lançar R$ 1,6 bilhão em imóveis, em todas as faixas de renda. Os projetos para o segmento mais baixo do Minha Casa, Minha Vida já estão prontos, à espera da assinatura na Caixa. "O governo está postergando os gastos para o segundo semestre, mas tenho certeza de que 100% do programa será executado", diz.

No início do ano, as construtoras trabalhavam com a possibilidade de que os contratos só voltariam a ser assinados em fevereiro. Diante das indefinições, tiveram de prorrogar o prazo e refazer o planejamento. Os empresários parecem estar dispostos a esperar mais um pouco, na certeza de que, com a retomada, virá também o reajuste do valor máximo dos imóveis do segmento de zero a três. Hoje, ele varia de R$ 42 mil a R$ 52 mil. "Tudo indica que o aumento vai girar entre 12% e 15%", diz Fábio Cury, presidente da Cury Construtora. "Estamos tranquilos porque o atraso é normal: acontece sempre que há mudança de governo", afirma.

O discurso apaziguador das grandes construtoras contrasta com a preocupação das pequenas companhias de construção civil. Foram elas que, até agora, tornaram viáveis os empreendimentos de zero a três salários mínimos – que, por terem margens apertadas, não despertaram o interesse das gigantes do setor. A MRV, por exemplo, conhecida por atuar na baixa renda, só constrói imóveis para famílias com renda superior a três salários mínimos.

As construtoras de pequeno porte foram responsáveis por mais de 80% das unidades de zero a três salários contratadas no ano passado. E estão contando com esses projetos em 2011. Com faturamento anual de R$ 20 milhões, a More Fácil, de Fortaleza, investiu R$ 1 milhão em novos projetos. "Estão todos parados", diz André Montenegro, sócio da construtora, que lançou no ano passado 200 unidades no MCMV e este ano pretende lançar 1,5 mil. "Aumentamos o quadro técnico, investimos em equipamento e não sei quanto tempo mais vamos conseguir esperar com essa estrutura", lamenta.

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