Empresas brasileiras de construção civil perderem até metade de seu valor de mercado no primeiro semestre do ano, em meio ao fraco crescimento econômico do país, alta dos juros e investidores mais avessos a risco. Brookfield e MRV puxaram a fila, com quedas de 56% e 44%, respectivamente. A seguir vieram Gafisa, com queda de 39%, seguida por PDG Realty e Rossi, com quedas de 36%. No mesmo período, o índice acionário brasileiro de referência, o Ibovespa, caiu 22,5%.

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Para analistas, o desempenho das ações reflete um misto de fatores conjunturais e específicos de cada empresa. A incorporadora Brookfield, por exemplo, fez dois ajustes de orçamento e ainda sofreu os efeitos de adequação a novas regras contábeis, avaliou a consultoria Lopes Filho.

A Gafisa vendeu o controle da Alphaville para a Blackstone e para o Pátria Investimentos, por 2,01 bilhões de reais em junho, em uma tentativa de animar o investidor com a redução do seu endividamento, mas não conseguiu. E ainda deixou alguns com a impressão de que pode não ter feito a escolha certa.

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"Apesar de a operação ser vantajosa para a Gafisa pelo valor acordado, no longo prazo a venda deve resultar em menores margens, visto que a Alphaville era responsável pelos empreendimentos mais rentáveis da companhia", afirmou a Lopes Filho, em relatório. Somente no mês de junho, o valor da ação da Gafisa caiu 25,5 por cento na Bovespa.

O cenário macro, que tem castigado todos os setores da bolsa, tende a pressionar com mais força empresas ligadas à economia doméstica, como construtoras e varejistas.

A última pesquisa Focus publicada nesta segunda-feira mostrou expectativa de crescimento menor do PIB neste e no próximo ano, elevação maior da taxa básica de juros e inflação mais alta.

Na visão do Morgan Stanley, apenas a Cyrela estaria posicionada para ganhar no atual cenário. A ação da companhia caiu 11,8 por cento no primeiro semestre, a perda mais suave no setor.

O banco reiterou a recomendação de compra para a ação da empresa em relatório divulgado nesta segunda-feira, elegendo a Cyrela como única construtora com liquidez em bolsa a entregar retornos acima dos custos de capital, situação que ainda não teria sido refletida no preço dos papéis da empresa.

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"A Cyrela foi arrastada junto com seus pares em junho, mas achamos que ela deveria ser dissociada destas empresas por ter melhor balanço e melhores retornos", disseram os analistas do Morgan Stanley, que estipularam preço-alvo de 20 reais para as ações da empresa. Às 17h16, a ação da Cyrela operava em alta de 3,91 por cento, a 15,94 reais.