Um mês depois do acordo entre usineiros e o governo federal que congelou o valor do álcool em R$ 1,05 por litro para as distribuidoras, o consumidor continua percebendo a alta de preços nas bombas. Pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na semana passada mostrou que o combustível ficou 0,46% mais caro na média nacional, passando de R$ 1,735 por litro, entre 29 de janeiro e 4 de fevereiro, para R$ 1,743, entre 5 e 11 de fevereiro. Desde a semana anterior ao acordo, no dia 11 de janeiro, o valor do combustível já disparou 5,63%.
Tanto a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única) quanto o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes garantem que os usineiros estão cumprindo o combinado. Dados do Centro de Estudos Avançados e Pesquisas Aplicadas (CPEA) mostram que a média de preços cobrada pelas usinas na semana passada para as distribuidoras foi de R$ 1,0462, sem impostos, para o álcool anidro no estado, que concentra 60% da produção nacional. Já o valor cobrado pelo álcool hidratado (vendido diretamente na bomba) ficou em R$ 1,0379.
Em nota, a Única afirmou que foram feitas sondagens de compras acima deste valor, mas que nenhum negócio foi realizado.
- Algumas usinas mais bem localizadas conseguem ter um preço ainda melhor que o R$ 1,05 fixado pelo governo. Mas as distribuidoras não estão fechando nenhuma venda acima deste valor - disse o diretor de Tributação do Sindicom, Dietmar Schupp.
A comparação entre a semana passada e o preço médio do mês de janeiro mostra que a alta nas bombas já chega a 1,51%, embora o valor cobrado das distribuidoras aos postos tenha caído 1,76%.
A assessoria de imprensa da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) confirmou que os preços caíram nas distribuidoras, mas alega que os postos tinham altos volumes de estoques de álcool ainda comprados a valores anteriores ao acordo. Além disso, a Fecombustíveis explica que a adição de corante ao álcool anidro está trazendo um alto volume do combustível para o mercado formal, com pagamento de impostos, o que eleva os preços.
No estado do Rio, de acordo com a ANP, o litro do produto ficou 0,21% mais barato, passando de R$ 1,879 por litro para R$ 1,875 por litro no confronto semanal. E, na cidade do Rio, o valor do litro caiu de R$ 1,869 para R$ 1,864, com redução de 0,26%.