A maioria dos consumidores brasileiros quer soluções ecologicamente corretas das empresas, mas não está disposta a pagar mais por isso. A informação é da pesquisa Logística e a Sustentabilidade Ambiental, divulgada nesta segunda-feira pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), no Rio de Janeiro. O estudo ouviu 109 executivos da área de logística da lista de mil empresas com maior faturamento do Brasil, pertencentes a quatorze setores da economia.
"As empresas estão sendo cobradas por atitudes ecologicamente corretas, tanto pelos governos quanto por seus clientes", afirma o presidente do instituto, Paulo Fleury. Cerca de 70% dos executivos ouvidos disseram que os consumidores já exigem ações ambientalmente responsáveis. Outros 54% dos entrevistados disseram acreditar que a pressão por parte do governo está aumentando.
Para Fleury, entretanto, o governo não está cumprindo totalmente com seu papel. Ele criticou a prioridade dada ao transporte rodoviário no país. "O governo dá sinais contraditórios. Ao mesmo tempo em que pressiona as empresas por atitudes ecologicamente corretas, toma medidas contrárias", comenta. Fleury afirmou que, se o Brasil tivesse uma matriz de transportes igual à dos Estados Unidos, que usa mais as ferrovias, o país poderia reduzir em 35% a emissão de gases poluentes.
As ações de sustentabilidade são uma das que mais estão ligadas a ações ligadas ao meio ambiente. Segundo a pesquisa, 72% das empresas possuem iniciativas que buscam reduzir os impactos ambientais das atividades logísticas dos negócios.
Apesar de grande parte das empresas (65%) afirmar que não implantou nem tem a intenção de implantar iniciativas sustentáveis que impliquem o aumento do custo logístico, ações de responsabilidade ambiental têm sido incentivadas. A pesquisa indicou que 43% das empresas têm algum executivo com bonificações atreladas ao cumprimento das metas ambientais e 18% têm intenção de implantar.
A pesquisa apontou também as principais barreiras para adoção de iniciativas de sustentabilidade ambiental, na visão das empresas: alto custo (84%), poucos inventivos governamentais (81%) e poucos incentivos financeiros (64%). Mais da metade dos executivos ouvidos afirmou que a maior parte das ações implementadas não apresentam retorno financeiro.
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