De saída do Ministério de Minas e Energia, e sob críticas do setor elétrico, o ministro Edison Lobão admitiu que o alto custo da energia passará cada vez mais a ser bancado pelos consumidores em razão do novo cenário de redução dos aportes do Tesouro Nacional.
"É natural que a tendência para o próximo ano seja de que os consumidores arquem com o alto custo da eletricidade, em vez do Tesouro", afirmou Lobão ao ser questionado sobre eventual nova ajuda financeira do governo ao setor elétrico.
O ministro afirmou que se as distribuidoras de energia solicitarem um revisão extraordinária das tarifas, o governo vai examinar os pedidos, mas não deu pistas sobre um sinal verde para a adoção dessas medidas. A estimativa de rombo para o setor em 2015 chega a R$ 8,5 bilhões em pagamentos que deveriam ter sido feitos pela União a empresas do setor de energia.
Térmicas
Lobão reconheceu que o preço da energia no País está alto e classificou como "lamentável" o custo das usinas térmicas. Mas pontuou que seria pior se o sistema não contasse com essa eletricidade durante a seca que afeta os reservatórios das hidrelétricas há dois anos.
O ministro alfinetou empresários do setor elétrico por reclamações sobre falta de diálogo com o governo e condições para investir na área.
E referiu-se às companhias que não aderiram ao pacote de renovação das concessões. "As reclamações de empresários são naturais em um regime de liberdade total como o nosso. Elas (as empresas) reclamam, mas estão dentro do setor. O governo é solidário e o BNDES financia tudo", afirmou. "E quem não aderiu ao pacote em 2012 agora vai perder as geradoras. Foi bom ou ruim para eles?" Mesmo em um cenário de pouca chuva, onde a água é mais necessária, o ministro garantiu que o País não terá racionamento de energia em 2015.
"Especialistas externos previam um racionamento em 2014, mas tive a coragem de seguir os nossos especialistas e deu certo. Não tivemos racionamento nem racionalização de eletricidade", afirmou o ministro de Minas e Energia.
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