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Jogo decisivo

Alemanha e Itália fazem o clássico das tricampeãs pela semifinal

Alemanha e Itália entram em campo nesta terça-feira, às 16h (horário de Brasília), na partida válida pela semifinal da Copa do Mundo 2006. O jogo acontece no Westfalestadion, em Dortmund, onde a Alemanha jamais perdeu uma partida. Por outro lado, a Itália jamais foi derrotada pela Alemanha em partidas de Copa do Mundo – foram duas vitórias para Azzurra e dois empates. Tabus à parte, Alemanha e Itália é um dos grandes clássicos do futebol mundial. E ambas chegam embaladas para a fase decisiva da competição. O duelo entre as duas tricampeãs do mundo, além de definir uma das vagas para a final, é a possibilidade de surgir um novo tetracampeão do mundo.

A Alemanha sai com a vantagem de jogar em casa, mas a Itália se vangloria do último resultado entre as duas equipes. Ainda na fase preparatória para a Copa, a Itália goleou por 4 a 1 a rival. O amistoso foi em Florença, em 1º de maio deste e a esperança da torcida italiana é repetir o placar. Além disso, os italianos se voltam a uma coincidência história: de 1970 pra cá, a cada 12 anos o time está na final. Foi assim em 1970, 1982 e 1994. Este ano é a Copa da vez.

O time alemão conta com o artilheiro da Copa com 5 gols, Miroslav Klose e o craque Podolski na sua artilharia de frente. O meia Ballack, apesar de ainda não ter marcado, voltou a jogar bem. No gol, aparece a estrela de Lehmann, herói da classificação. Já Itália baseia-se em sua forte defesa com Zambrotta e Cannavaro, além do goleiro Buffon que pegou tudo na partida contra a Ucrânia. Totti e Luca Toni também voltaram a mostrar bom futebol.

Retrospecto

Para chegar à semifinal, a Alemanha bateu todos os seus adversários da primeira fase e viu seu futebol crescer na competição. Foram 4 a 2 na estréia contra a Costa Rica, 1 a 0 sobre a Polônia e 3 a 0 contra o Equador. Nas oitavas-de-final, o time do técnico Jürgen Klismann venceu a Suécia por 2 a 0 e nas quartas fez a grande batalha contra a Argentina. Após estar perdendo por um gol, Miroslav Klose marcou de cabeça, se tornou o atual artilheiro e levou a partida para a prorrogação e depois aos pênaltis. O goleiro Lehmann pegou duas vezes e classificou a Alemanha para o jogo contra a Itália.

Os italianos tiveram um caminho mais fácil na Copa. Venceram Gana e República Tcheca por 2 a 0 e empataram em 1 a 1 contra os Estados Unidos, se classificando em primeiro no seu grupo e evitando um precoce encontro com o Brasil. Nas oitavas, a Itália encarou a Austrália e passou com um gol de pênalti, no final da partida, 1 a 0. Contra a Ucrânia, nas quartas, ao futebol no ataque funcionou e as defesas de Buffon garantiram a vaga por 3 a 0, a maior vitória dos times desta fase.

A Alemanha vem quase completa contra a Itália. O meia Ballack, o atacante Klose e o zagueiro Mertesacker, dúvidas por terem se machucado contra a Argentina, estão confirmados. Somente o meia Torsten Frings, suspenso, não estará em campo.

Já a Itália tem algumas dúvidas para a grande partida. O meia Mauro Camoranesi sente dores no joelho e pode desfalcar a Azzurra. Além deste, o zagueiro Alessandro Nesta, contundido com lesão na coxa esquerda, já está fora, assim como o volante De Rossi, que cumpre suspensão após agredir o atacante americano Brian McBride, ainda na primeira fase da competição.

ALEMANHA x ITÁLIA Local: Westfalestadion, em DortmundHorário: 16h (de Brasília)Árbitros: Benito Archundia (México). Auxiliares: Hector Vergara (Canadá) e Toru Kamikawa (Japão).

ALEMANHALehmann, Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahm; Schneider, Ballack, Borowski e Schweinsteiger; Klose e Podolski.Técnico: Jürgen Klismann

ITÁLIABuffon; Zambrotta, Cannavaro, Barzagli e Grosso; Perrotta, Pirlo, Gattuso e Totti; Toni e GilardinoTécnico: Marcello Lippi

Futebol clássico

Dentre as quatro seleções que chegaram às semifinais, Alemanha e Itália são as de maior tradição no futebol. Os alemães ganharam três vezes a Copa do Mundo, mesmo número de títulos dos italianos, que abriram a contagem em 1934. Na segunda Copa, sediada pela própria Itália, Benito Mussolini pôde ver a Azzurra vencer seu primeiro título, ao bater a Tchecoslováquia por 2 a 1 na final.

O bicampeonato veio em seguida, na França 38, quando a Itália passou pelo Brasil, nas semifinais e venceu a Hungria, por 2 a 1, na decisão. A Squadra foi sentir novamente o gosto da vitória somente em 1982, na Espanha, quando o time de Paolo Rossi venceu justamente a Alemanha, por 3 a 1.

Os alemães chegaram aos três títulos vencendo pela primeira vez na Suíça, em 1954. O futebol burocrático alemão conseguiu parar o trator húngaro daquele mundial, numa virada por 3 a 2. Em 1974, sediando a Copa, a Alemanha fez valer mais uma vez o seu futebol de resultados: parou o carrossel holandês de Johann Cruyff e ficou com o título. O tri veio em 90, na casa da Itália. Mas a partida foi contra a Argentina. Matthäeus, Klinsmann e Völler devolveram o resultado da Copa anterior e deram o caneco para a Alemanha.

O encontro entre a Alemanha e Itália nesta terça também repete a semifinal a Copa de 70, vencida pelo Brasil. Naquele mundial, para decidir o título com a seleção brasileira, a Itália teve que vencer a Alemanha na fase semifinal numa das melhores partidas de todas as Copas. Após empatar em 1 a 1 no tempo normal, as duas equipes fizeram uma prorrogação com cinco gols. Por 4 a 3, a Itália vencia o time de Franz Beckembauer.

Duelo de torcidas

Os descendentes de alemães e italianos que moram em Curitiba já planejam como vão assistir à partida entre as seleções. Até mesmo na festa, a rivalidade entre as duas torcidas é promessa de clássico.

Os alemães não possuem uma grande comunidade em Curitiba, mas contam com o refúgio do Bar do Alemão para extravasar a torcida pelo time. Como vem acontecendo em todos os jogos, o bar deve reunir cerca de 450 pessoas para assistir à partida válida pela semifinal. Espera-se o consumo de 800 litros de chopp.

"Vamos ter o tradicional chopp em metro, além da tulipa de três litros e da taça de cinco litros de chopp", diz Jorge Klettke Tonatto, 41 anos, gerente do bar. Descendente de alemães e italianos, o gerente se vê dividido para a partida, mas põe mais fé no time alemão. "A Alemanha é sem dúvidas a grande favorita para levar a Copa em casa", diz Jorge que acredita no placar em 1 a 0 favorável aos alemães.

Além do chopp e das tradicionais comidas alemãs, danças típicas e uma bandinha deve animar a festa no Bar do Alemão. Várias TVs foram distribuídas pelo bar para os clientes acompanharem o jogo. "Antes lotava tanto em jogos do Brasil qaundo em jogos da Alemanha, agora que a seleção brasileira está fora espero que aumente a torcida para o time alemão", brinca.

Os italianos não ficam atrás, embora a reunião de pessoas seja menor a festa promete não ser. É o que diz César Augusto Culpi, 36, que como em todos os jogos reúne a italianada de Santa Felicidade na Cantina Durigan. "Vamos juntar umas 50 pessoas para ver a Azzurra. Temos um público fiel e muitos nonos que fazem questão de ver os jogos juntos", conta.

A festa segue os padrões bem italianos: muita comida e cantoria. O vinho tinto, o queijo, o salame e a música "La bela polenta" cantada pelos descendentes. "Antes do jogo começar vamos deixar a polenta preparando. Assim que acabar a partida, tombamos a polenta no ‘panaro’ (tabuleiro) para comermos", explica.

A expectativa de César e dos torcedores italianos é de ver a Azzurra campeã do mundo. Mas todos sabem que passar pela Alemanha não vai ser fácil. "A Alemanha está jogando bem e não é fácil vencer a dona da casa", diz César. Para ele, o povo alemão se preparou para a vitória e até mudou a forma de torcer. De gelo se tornaram alegres.

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