A repercussão da derrota da seleção brasileira para França, nas quartas-de-final da Copa do Mundo, ainda mexe com Cafu. O capitão brasileiro anda irritado com o que considera uma perseguição da imprensa e reclama da forma como vem sendo tratado pelos torcedores. Nesta terça-feira, em entrevista coletiva no Jardim Irene, Zona Sul de São Paulo, onde mantém uma fundação de apoio a crianças carentes, Cafu desabafou:

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- Gostaria que o povo na rua não me olhasse como se eu fosse um marginal. Não sou um marginal. Senti que as pessoas estão me olhando torto, desconfiadas. Não sou a pessoa que estão pensando. Sou o Cafu, uma pessoa normal que infelizmente acabou perdendo um jogo da Copa do Mundo.

O jogador de 36 anos acha que está sendo atacado demais, sendo vítima de piadas, e que todo o seu passado está sendo esquecido por causa da eliminação precoce na Copa. Segundo Cafu, a imagem dele que deve ficar guardada é a da Copa de 2002, quando levantou a taça do penta no Japão:

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- Queria deixar claro para os torcedores que a imagem que vai ficar é aquela de 2002. Não é essa que vocês (imprensa) estão tentando passar para o povo, a imagem de um perdedor, de um cara que nunca venceu na vida. O que aconteceu na Alemanha foi um acidente de trabalho. As vitórias e as conquistas foram mais fortes do que essa derrota que vocês tanto ressaltam - disse Cafu, continuando:

- Estão (imprensa) passando para a opinião pública somente a derrota. Minha vida e meu currículo na seleção mostram que eu tive mais vitórias do que derrotas - argumentou.

Aos 36 anos, Cafu pretende jogar mais vezes com a camisa do Brasil, mas disse que isso depende de como estará fisica e técnicamente em futuras oportunidades. Na coletiva, o lateral rebateu também as críticas de que, na Alemanha, a seleção brasileira tenha se preocupado mais com os recordes de alguns atletas, do que com o resultado do jogo coletivo. Na Alemanha, Cafu tornou-se com jogador com o maior número de partidas pelo Brasil em Copas (20 jogos) e o atacante Ronaldo se transformou no maior artilheiro na História dos Mundiais, com 15 gols, superando o alemão Gerd Müller. De acordo com o capitão, não havia essa preocupação entre os jogadores e os jornalistas é que teriam dado maior importância aos números.