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Na Arábia Saudita, a admiração pelo futebol brasileiro se estende aos poucos tupiniquins que vivem no local. É o caso de Marcus Vinícius de Oliveira Abreu, 38 anos, que trocou São Gonçalo, no Rio de Janeiro pela capital saudita, Riyadh. Marcus está há seis meses no país e já se adaptou aos costumes locais, mas não se esquece de onde veio. Sempre que pode, confraterniza com os amigos brasileiros e com os sauditas que admiram o País do Futebol. Ser brasileiro na Arábia Saudita tem rendido boas histórias para Marcus e seus amigos. Mas isso quem conta é ele:

"Futebol aqui também é uma coisa muito importante para os sauditas. Eles têm uma admiração impressionante pelo futebol brasileiro e, por tabela, uma grande admiração por nós brasileiros. Constantemente somos convidados a jogar peladas com os caras, na maioria das vezes vencemos, mas é claro que também perdemos algumas partidas. Quando isso acontece, eu brinco com eles dizendo que talvez sejamos os piores jogadores do Brasil.

Onde quer que estejamos por aqui, sempre que nos identificamos como brasileiros os sorrisos surgem dos rostos dos árabes. Nestas ocasiões eles sempre falam (ou tentam falar) os nomes dos nossos jogadores mais famosos – seja no caixa do supermercado, no caixa do banco, com os policiais, seguranças. É muito engraçado, mas aqui na Arábia Saudita o futebol brasileiro abre muitas portas para nós.

Trabalho em informática junto com outros seis amigos brasileiros, com quem também divido o condomínio. Há muitos estrangeiros por aqui, mas não há muitos brasileiros. Apesar disso, coincidentemente, tivemos a oportunidade de conhecer, num brasileiríssimo churrasco no aniversário de um dos meus amigos, toda a comissão técnica da Arábia Saudita, que é formada por brasileiros desde a sub-17 até a seleção principal – esta dirigida pelo simpaticíssimo Marcos Paquetá. Outro dia ele nos convidou e fomos assistir a um amistoso da Arábia com a Polônia aqui em Riyadh.

Quando chegamos ao estádio fomos à beira do gramado cumprimentar o Paquetá e toda a comissão técnica, mas a maioria de nós estava com camisas da seleção brasileira. Nos dirigimos então à tribuna de honra, de onde assistiríamos ao jogo, quando uma porção de gente na arquibancada ficou gritando e acenando para nós, achando que nós fossemos ex-jogadores brasileiros, ou qualquer coisa do gênero. Foi muito engraçado, eles acenando para nós e, é claro, nós acenando para eles.

Aqui estamos fazendo o maior malabarismo para assistir à Copa do Mundo, pois nos canais abertos não passam os jogos. Ainda estamos tentando e depois de conseguir vamos torcer juntos, pois moramos no mesmo condomínio. Também estamos torcendo para a Arábia Saudita fazer um bom papel na Copa, pois além da amizade com o pessoal da comissão técnica eu também tenho a maior curiosidade de ver qual é a reação deles para comemorar uma vitória na Copa do Mundo.

Uma pessoa do meu trabalho, que está aqui há mais tempo, disse que bastou uma vitória na Copa passada para os comedidos sauditas irem às ruas celebrar, parar os carros nas principais avenidas e comemorar. Quero muito ver isso, mas o grupo deles está difícil: Espanha, Ucrânia e Tunísia. De qualquer forma, vamos torcer por eles. Vai ser divertido.

Outra coisa legal é que o horário das partidas é bastante favorável para nós. Aqui estamos uma hora à frente da Alemanha. Assim poderemos ver todos os jogos à noite, sem interferir no horário do trabalho, pois seria complicado se tivesse jogo no horário do expediente. Definitivamente não estamos no Brasil.

Quanto à seleção brasileira, a expectativa é muito grande e a equipe tem grandes chances de ir bem. Espero poder fazer carreatas com as vitórias do Brasil. E a considerar do jeito que eles já nos tratam hoje por aqui, se o Brasil ganhar mais essa Copa, creio que seremos recebidos pelo Rei no palácio Real e desfilaremos em carro de bombeiros pelas ruas e avenidas da cidade. Mas uma coisa eu já sei de antemão: o coração vai ficar apertado quando, antes dos jogos, ouvirmos pela TV, tocar o hino nacional."

Leia a matéria anterior: na paradisíaca Cancún, brasileira descreve o clima de Copa entre os mexicanos.

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Acompanhe a cobertura completa do mundial no site da Copa.

Próxima história: Na altitude de Quito terá ar para torcer pelo Brasil - Equador, nesta quarta-feira (24/05).

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