Não era uma Copa do Mundo para brasileiros fazerem História. Sem conseguir superar sua deficiência ofensiva, Portugal perdeu por 3 a 1 para a Alemanha na disputa pelo terceiro lugar neste sábado, no Gottlieb-Daimler Stadion, em Stuttgart. Com isso, a seleção comandada por Luiz Felipe Scolari não consegue repetir a colocação da equipe de Otto Glória em 1966, ainda a melhor dos lusitanos em Mundiais.
Os portugueses pagaram pela imprecisão de seu ataque, que marcou apenas sete gols em igual número de partidas, com média de 1,0. Já os anfitriões festejaram bastante o fato de, ao menos, terminarem a competição com uma vitória após a frustração por terem ficado fora da decisão, que será entre Itália e França, domingo, às 15h (de Brasília), em Berlim.
Bom futebol, mas nenhum gol no primeiro tempo
Klose levantou a torcida logo aos três minutos ao tabelar de calcanhar com Podolski, mas a jogada foi interceptada. No lance seguinte Kehl aproveitou sobra do escanteio e quase abre o placar, mas a bola, desviada, passou rente à trave esquerda de Ricardo.
Os portugueses não se intimidaram com a pressão da torcida e começaram a sair para o ataque também. Deco cobrou falta fechada, mas Oliver Kahn defendeu com segurança. Ao encaixar a bola, o goleiro, que ficou no banco durante todo o Mundial, beijou a bola. Em chute de Pauleta, nova boa defesa.
Aos 19, Kehl quase faz um gol de placar, ao se livrar da marcação de Costinha e tocar por cobertura. Ricardo, porém, estava atento e mandou para escanteio. O camisa 1 luso teve que se esticar novamente para espalmar uma bomba de Podolski em cobrança de falta. A equipe de Felipão respondeu aos 35 minutos, em córner venenoso de Deco, que passou por muito pouco na frente de dois companheiros.
Schweinsteiger decide a partida para os anfitriões
Antes da saída para o intervalo, Klinsmann e Felipão trocaram um caloroso abraço. Na volta, mais conversa ao pé do ouvido e sorrisos. Em campo, a Alemanha retornou pressionando com Jansen pela esquerda, mas a bola não entrava. Em seguida, Pauleta teve nova ótima chance, mas se desequilibrou no momento do arremate.
O gol que ficou preso na garganta dos anfitriões na semifinal contra a Itália enfim saiu aos dez minutos da etapa final. Schweinsteiger recebeu a bola na esquerda, cortou para o meio tirando de dois marcadores e soltou a bomba. O efeito da bola enganou Ricardo: 1 a 0.
A festa praticamente não teve intervalo. Aos 15, novamente Schweinsteiger chutou forte da entrada da área em cobrança de falta. Desta vez, Petit mandou para o fundo da própria rede, aumentando a vantagem dos donos da casa. Na seqüência, Kahn fez grande defesa em chute de Deco.
Aos 32 minutos, Felipão colocou em campo Figo no lugar de Pauleta para o craque fazer, provavelmente, sua última partida pela seleção portuguesa. Mas a noite era mesmo de Schweinsteiger, que marcou o terceiro gol, outra vez com belo arremate de longe, no canto esquerdo de Ricardo. Aos 43, Figo ainda deu belo passe para para Nuno Gomes marcar de cabeça. Mas foi só para marcar o adeus.
Apito final, festa alemã, fim melancólico para Portugal e, por tabela, também para o Brasil. Virada a página, que venha a África do Sul 2010.
ALEMANHA 3 x 1 PORTUGAL
Local: Gottlieb-Daimler Stadion, em Stuttgart (Alemanha) Árbitro: Toru Kamikawa (Japão) Auxiliares: Yoshikazu Hiroshimia e Dae Young Kim (Ambos do Japão)Cartões amarelos: Frings (A), Ricardo Costa (P), Costinha (P), Paulo Ferreira (P)Gols: Schweinsteiger aos 10 e aos 32 e Petit, contra, aos 15 e Nuno Gomes aos 43 minutos do segundo tempo.Público: 52 mil pessoas
ALEMANHA - Kahn, Lahm, Nowotny, Metzelder e Jansen; Frings, Schneider, Kehl e Schweinsteiger (Hitzlsperger); Klose (Neuville) e Podolski (Hanke). Técnico: Jürgen Klinsmann
PORTUGAL - Ricardo, Paulo Ferreira, Fernando Meira, Ricardo Costa e Nuno Valente (Nuno Gomes); Costinha (Petit), Maniche, Deco e Simão; Cristiano Ronaldo e Pauleta (Figo). Técnico: Luiz Felipe Scolari
