Quem costuma almoçar fora de casa mesmo os que tentarem adiantar o almoço ou deixar a refeição para mais tarde correm o risco de encontrar o restaurante fechado por causa do jogo do Brasil contra a seleção de Gana, ao meio-dia. A maior parte dos restaurantes e lanchonetes do centro de Curitiba fechará as portas, e muitos proprietários que já sentiram a queda no movimento nos jogos anteriores dessa vez resolveram sequer abrir.
De acordo com o proprietário do Buffet Senhora Fome, Guilherme Iwankiw, na Rua Dr. Muricy, o número de freqüentadores nos últimos jogos caiu em média 30%, mesmo com os jogos da seleção em dias de semana na primeira fase (contra a Croácia e o Japão) começando só às 16 horas. "Fizemos uma pesquisa com os clientes e descobrimos que a maior parte não viria amanhã (hoje). Nem compensa abrir, o comércio ainda pode voltar depois do jogo, mas para nós nem isso", afirma.
Embora a maioria dos que trabalham na hora da partida acabe assistindo o jogo dentro da própria empresa, os poucos restaurantes que estarão abertos estão otimistas. A lanchonete Winners Lanches, na Avenida Marechal Floriano, vai funcionar normalmente, assim como nos jogos anteriores. "A gente espera que o pessoal venha um pouco antes do jogo. Acho que perto das 11 horas vai ter bastante gente", afirma o atendente Cleri Stipp.
A gerente do Comendador Grill, na Rua Comendador Araújo, Daniela Zelinski, conta que já tem inclusive algumas reservas feitas por empresas da região. "Não fechamos nenhum dia do ano, nem feriado, nem Natal, nem Ano Novo. Para amanhã (hoje) temos duas televisões para quem quiser vir almoçar e ver o jogo", afirma.
Nem mesmo nos shoppings o almoço estará garantido: a abertura será facultativa para as lojas e as praças de alimentação, de uma hora antes do início do jogo até 30 minutos depois do encerramento. O Mueller fechará das 11h30 até as 14h15 (15h30 no caso de prorrogação).
Alguns bares, no entanto, esperam muitos clientes em pleno meio-dia. O bar futebolístico Aos Democratas, na Rua Dr. Pedrosa, espera lotar na hora do jogo. "Até agora tivemos a casa cheia em todos os jogos. Vale a pena trabalhar na hora do jogo", afirma o gerente André Ramos.
Se almoçar já vai ser complicado, quem quiser fazer compras na hora da partida vai ter ainda mais dificuldade. A Rua XV de Novembro deve ficar deserta. Praticamente todas as lojas devem fechar cerca de meia hora antes do jogo e reabrir mais tarde. Uma das poucas que manterá as portas abertas será as Casas Bahia. Todas as cerca de 20 lojas que a rede mantém em Curitiba estarão abertas. Não é que haja muito trabalho enquanto a bola rola. A loja funcionará com menos funcionários que o normal, e os que ficam ainda podem acompanhar o jogo em uma das televisões. De acordo com o vendedor Vladimir Vieira, durante o último jogo apenas dois clientes foram à loja da Marechal Deodoro. "De qualquer maneira estaremos prontos para atender", afirma.
Transporte coletivo terá reforço
Aqueles que conseguirem dispensa do trabalho hoje devem repetir a mesma correria das últimas vezes em que a seleção entrou em campo. Já prevendo a grande demanda, a Urbs (empresa que administra o transporte coletivo em Curitiba) vai colocar nas ruas, a partir das 10h30, 1.292 ônibus. O número representa cerca de 70% da frota total, 350 veículos a mais do que o normal para o horário.
Quem não for para casa na hora do jogo e permanecer no local de trabalho contará com a mesma frota no pico da tarde, a partir das 17h30. A manutenção do mesmo número de ônibus neste horário será necessária porque diversas empresas e bancos retomarão às atividades normais quando o jogo acabar.
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