Curitiba – Muita gente já foi sorteada em promoções dos chamados clubes de hotéis, que garantem a seus associados diárias mais baratas em uma série de hotéis credenciados. Também não são poucas as pessoas que dizem ter sido enganados por clubes desse tipo. As promoções são tentadoras, mas o encanto termina assim que os sorteados procuram mais informações – o que em boa parte dos casos só fazem depois da assinatura do contrato. Foi o que aconteceu com a publicitária Caroline de Souza Bueno e seu marido, o engenheiro civil João Maria de Mattos Júnior.

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A maneira como conheceram a Status Hotéis Club, que tem sede em São Paulo, foi semelhante a de outros sorteados. Ao participar de um evento em um shopping de Curitiba, o casal preencheu um cadastro. Dias depois, uma ligação dava a grande notícia: eles ganharam um fim de semana em um dos hotéis conveniados ao clube. A partir daí, bastava comparecer a um hotel da cidade no dia 17 de agosto e retirar seu "voucher", documento que representa o crédito de hospedagem.

"No hotel, o agente de viagens disse que a Status estava oferecendo um título vitalício de associado, e que para tê-lo só precisaríamos pagar o registro da documentação", conta Mattos. O valor da taxa era de R$ 996, parcelado em quatro vezes. Parecia muito para se registrar documentos, mas pouco frente aos benefícios prometidos: o casal estava isento do valor de aquisição do título (R$ 3.120) e nunca precisaria pagar a anuidade. O agente também garantiu que a empresa não cobraria uma multa de 15%, prevista em contrato, caso quisessem cancelá-lo.

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No dia seguinte, a surpresa: quatro hotéis, três de Santa Catarina e um de Porto Seguro (BA), disseram, por telefone, nunca ter ouvido falar na Status. Imediatamente, Mattos e a esposa entraram em contato com a supervisora da empresa, que após muita insistência concordou em suspender o contrato – desde que eles pagassem a multa de 15%.

Contrariado, o engenheiro formalizou o pedido de rescisão e tentou, em vão, receber de volta o valor pago pela primeira parcela (R$ 249) e os três cheques referentes às prestações seguintes. Nada aconteceu até ontem, quando, contatada pela Gazeta do Povo, a supervisora da Status informou que irá depositar o valor da primeira parcela na conta indicada por Mattos e devolver os três cheques assim que o banco liberá-los. Ela alega que os hotéis cadastrados são "rotativos": "Podem estar cadastrados hoje, mas não amanhã, devido a reclamações de clientes. E a empresa não pode manter convênio com hotéis nessa situação".

Desde abril de 2004, o Procon-SP registrou 43 reclamações contra a Status, a maior parte referentes a publicidade enganosa e não-cumprimento de serviços anunciados. A supervisora diz que esse número é "natural, pois a empresa é de grande porte e nem sempre é possível atender aos clientes da mesma forma".