Curitiba – Em novembro do ano passado, o publicitário Antônio Augusto de Freitas realizou um dos sonhos de consumo de boa parte dos brasileiros. Comprou uma televisão 29 polegadas, tela plana, por R$ 1,3 mil. Pouco tempo depois, descobriu que aquele foi o que ele costuma chamar de "o pior negócio" de sua vida. A história é dos muitos exemplos de transtornos que o consumidor pode ter quando o eletroeletrônico ou eletrodoméstico que acaba de comprar apresenta algum defeito.

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A tevê de Antônio, produzida pela CCE, começou a encrencar com apenas dois meses de uso: simplesmente não ligava mais. Ele levou o aparelho a uma assistência técnica autorizada, mas, poucos dias depois do primeiro conserto, o aparelho apresentou o mesmo defeito – e voltou à autorizada outras quatro vezes. Enquanto esperava pelo conserto, o publicitário emprestava a tevê de amigos ou ficava sem.

"Geralmente, a tevê ficava na autorizada por três semanas, funcionava por uns dez dias e logo estragava de novo", diz o consumidor. "E em todas as vezes tive de levar e buscar o aparelho, já que os dias de coleta são raros. E uma tevê desse tamanho é um verdadeiro trambolho, ruim de ficar carregando para lá e para cá."

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Mas o que mais incomodou o consumidor não foi esse vaivém, e sim o atendimento prestado pela assistência técnica e pelo fabricante. "Depois de várias brigas na autorizada, entrei no site da CCE e expliquei o problema, mas não recebi resposta. Quando questionei uma atendente do 0800 sobre a demora no conserto do aparelho, se era normal eu ter comprado uma tevê nova e nunca poder assisti-la, ela simplesmente desligou o telefone."

Uma carta com as reclamações do publicitário foi publicada mês passado nesta seção. Na resposta, a CCE não comentou as reclamações em relação ao atendimento, mas se comprometeu a trocar o aparelho por um novo, por meio da assistência técnica. Segundo o consumidor, a empresa propôs novo acordo na semana passada: devolver o dinheiro, corrigido, dentro de dez dias. Isso porque a tevê defeituosa teria sido extraviada após ser recolhida na casa do consumidor, há pouco mais de um mês. Exausto, no fim de semana Antônio decidiu comprar outro aparelho, de outra marca, enquanto aguarda a devolução do dinheiro.